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quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Divorcio

Calma, que por estas bandas, não há qualquer intenção de tal coisa.

O acto do divorcio, foi discutido diversas vezes entre nós dois, não sei se é saudável ou não, mas foi um tema que abordamos quando pensamos em casar, queríamos que nada afecta-se o nosso bem estar, mesmo se um dia o Amor que nos uniu deixaria de existir por um qualquer motivo, se a felicidade de cada um, não fosse um só, queremos ter a capacidade de nos afastar sem ter-mos de nos magoar mutuamente. Acho que este tema de conversa deu-se por vermos de perto alguns amigos ou até familiares que passaram por esse episódio, num momento da vida deles.

No meu trabalho, sou uma espécie de psicólogo, a sério!! Achava que nunca iria ter uma relação mais além de:

- Bom dia/Boa tarde... é x por favor... Obrigado tenha um Bom dia!

Pois como sou a gaja das cobranças e por muito que tento informar o porquê daquele valor, tenho sempre medo de estar a pedir demais as pessoas, mas a verdade é que os meus clientes, de factos gostam do nosso trabalho e entendem, vá... 98% das vezes o que foi efectuado e o porquê do valor a pagar.
Cobranças a parte, que já estou a fugir do tema a qual vim falar-vos, os meus clientes, vêem-me como psicóloga, ouço enumeras queixas da vida, confidenciam-me segredos duma vida, ja rimos imensos, como já também rolaram lágrimas, chega-me um pouco de tudo aos ouvidos e eu.... bem eu não tirei nenhum cursos para tal, mas tento dizer aquilo que querem ouvir ou muitas vezes simplesmente ouço-os, porque muitos precisam de ser ouvidos.

Hoje uma cliente, que já tinha mencionado que se tinha divorciada, por haver outro elemento a formar o casal, que não os filhos, contou-me as peripécias que tem vindo a enfrentar com a família do ex-marido.
Os avós paternos dos filhos deles, estão a enlouquece-la com processos atrás de processos, queixas infundamentadas de tudo aquilo que possam imaginar, vai de maus tratos até proibição dos filhos estarem com o pai e/ou família paterna.
Todas estas processos, foram sempre ganhos pela minha cliente, pois se há pessoa que luta para dar o que pode e não pode aos 3 filhos é esta mulher!

O meu ponto, aquilo que não consigo entender de todo é o que leva as pessoas a fazer estes disparatos, o que levam pais, avós, famílias no geral, a darem prioridade a serem mesquinhas, dizer ou fazerem barbaridades, colocar os próprios filhos no meio duma batalha que não é deles, onde fica o bem estar das crianças?
Ou será que não entendem que as próprias crianças vivem todo o drama e um dia elas próprias poderão querer dizer o basta!?

Eu não sei o que o que o futuro nos reserva, a minha vida não é de todo um conto de fadas, vamos vivendo os altos e os baixos que a vida no coloca nas mãos, espero nunca ter de passar por um divorcio, mas se um dia tiver de ser, espero que sejamos os mais justo para com os nossos filhos, porque se uma separação fere os adultos, magoa muito mais aos nossos filhos.


sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Agulha/Aiguille/Needle

De todas situações nestes mundo de ser mãe, já há 27 meses, (como assim já passaram 27 meses????), existe algo que nunca me vou habituar, as agulhas!!!

Como mãe de prematuros, como mãe duma menina com uma cardiopatia complexa, as agulhas estão sempre presente, neste meu mundo o proverbio popular adequado seria, encontra a palha no agulheiro. 

A primeira vez que vi o trabalho duma agulho nos meus meninos, foi no meu Pimpolho, tinha de ser feito o teste do Pezinho, eu não sabia como se procedia, são os meus primeiros filhos, tudo era novidade. 
Ele pequenino, indefeso, na sua caixinha de vidro, com o "esparguete" em riste no nariz adentro, a enfermeira calças as luvas, passa-as pelos bucais e vai a procura duma mãozinha, eu achava que o teste se fazia no pé e a enfermeira explicou, que dado a prematuridade, teria de ser feito no punho.
Quero poder protege-lo, mas só posso ver através da barreira do vidro que nos separa, a enfermeira faz o que tem a fazer, pica-o no sitio devido, colocando as gotas de sangue no papel para enviar para analise.
Durante este processo, o meu menino, ja valente, não chorou, não ripostou, deixou que fosse feito o que tinha de ser feito, em contrapartida, eu que estava do lado de fora das suas barreiras, mal a agulho entrou pela sua pele, as lágrimas caíram, fiquei estática a ver todo processo, a enfermeira ao ver o meu estado, tentou reconfortar-me dizendo que o trabalho das agulhas, seja ele qual for, por vezes, doí muito mais aos pais, que aos próprio filhos. 
O que sei, é que doeu-me...

Isto para dizer, que depois desta primeira vez, tive de assistir a outras centenas delas, vacinas, cateteres, colheitas, técnicas da porcalhota, e afins.

Terça- feira, foi dia de vacina para a Pimpolha, Vacina contra a Gripe e a Pneumo23, sinto que já se encontra cansada dos ambientes de bata branca, ela já não reage tão bem, mais que compreensível, tanto aconteceu desde agosto para cá.
E mais uma vez vi o trabalho que as agulhas laboram, agora posso dar colo, agora posso acalmar, agora posso dizer que vai ficar tudo bem, MAS o que mais me doí, o que mais despedaça o me coração é que AGORA, tenho de conté-la, tenho de impedir que ela se move ou que faça um movimento brusco, antes de poder dar-lhe AMOR, tenho que ser firme ao conter os seus movimentos.
Antes de tudo, peço desculpa, peço para entender que ela não poderia mexer-se, mas nada que lhe diga, me dá conforto.

Não deveríamos ter de fazer isso para administração do que quer que seja, os profissionais de saúde querem a nossa ajuda, entendo e compreendo, mas nós como pais, não deveria-mos ter de passar por esse agonia.  


  

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Turbilhão de acontecimentos, emoções e finalmente... o Sossego #2

Enquanto esperávamos pela data da cirurgia, matávamos saudade do Príncipe pelo Messenger, (agradeço do fundo do coração as nossas tecnologias), eu e a Pequerrucha adorava-mos "telefonar" para o pai em modo Messenger, as saudades sempre crescentes, apaziguavam só de ver que ele, o meu menino de olhos de amêndoa doce, estava bem.

Finalmente, após alguma pressão feita pelos médicos, o cirurgião marcou a cirurgia, dia 14 de setembro por volta das 8.30 da manhã seria, O dia.
O dia que, qual for o resultado, será "um dia" recordado para sempre!

Cheios de medo do conhecido, mas sempre desconhecido, entramos..., uma batelada de médicos surgiram quase que em cima de nós.
Uma enfermeira caminha de seringa na mão, sem pedir licença, sem se quer dizer a minha Princesa o que ela pretendia e a força enfiou a seringa na boca, para ela engolir o liquido que transportava.
Claro está, a minha menina é das valentes, não se deixa intimidar por medidas impostas e o liquido que continha na seringa, foi quase todo cuspido para fora.
Uma mistura de espanto e raiva lia-se nos olhos da enfermeira constatando o óbvio em voz alta:

- Deitou quase tudo fora!

Eu..., bem..., eu até sou bastante pacifica, mas sou uma leoa e se em quase nada me identifico com o meu signo, uma é irrevogável, sou mãe, uma mãe que estava num hospital, para entregar a minha filha para uma cirurgia, portanto ninguém tem de se achar no direito de fazer o que quer que seja a minha cria sem primeiro explicar o que pretende, então a sua óbvia constatação, retorqui com todo o desprezo do meu ser por aquela pessoa, que a força ninguém leva nada dela, se tivesse explicado ao que vinha ela teria tomado tudo e sem reclamar.
Claro que a senhora contestou, pois com apenas 2 anos ela não entendia, mais uma vez expliquei, que minha menina, infelizmente sabe o que ter de tomar remédios, até se calhar melhor que a senhora que estava a minha frente, portanto da próxima vez, faça o favor de explicar para o que vem!

O ambiente tornou-se tenso, os médicos e cirurgiões explicaram que logo iria para o bloco, que o que era para ser administrado, servia para a acalmar, em alguns casos até adormecem, como algum desse medicamento foi ingerido iríamos esperar para ver se faria algum efeito.
A medicação não fez efeito, ou melhor, acho que até fez o efeito contrario, ela pulava..., falava muito depressa..., queria andar pela ala..., bem, uma verdadeira pilha carregada ao máximo.

Como nada estava a correr como previsto, os cirurgiões pediram para irmos andando para o bloco, a porta seria administrada a anestesia pelo cateter que tinha sido previamente posto no dia anterior.
Assim fizemos, ela ao meu colo, quente, alegre, eles (os cirurgiões), a nossa volta assustaram-na, aos pouco a anestesia corria pelas veias, ela queixou-se, o meu coração apertou, o SR. Professor, chama a atenção ao anestesista, ela era apenas uma criança, tinha de ser dado devagar, ela agarra-se a mim com as poucas força que já lhe restavam, quer chorar, eu, o meu marido seguramos as nossas, ela finalmente fecha os olho, entrego-a a um outro cirurgião de feições meigas, digo que a amo e finalmente peço ao mesmo, para cuidar dela.

O SR Professor andou com agente pelo corredor de volta, acho que dizia qual o tempo de duração da cirurgia, digo acho, porque quando as portas do bloco se fecharam, as minhas lágrimas caíram, sem aviso, sem pedirem para jorrar para fora.
Saímos, de mãos dadas, sem dizer uma palavra, os nossos olhos diziam tudo por nós, o meu Homem com o casaquito da nossa Pequerruchada na mão, eu ainda com o seu cheiro no meu colo, andamos, fomos até a rua, respiramos... e como só nós sabemos fazer, fechamos os nossos corações, para deixar de sentir e vagueamos pelas ruas dos arredores dos Hospitais da Universidade de Coimbra.

Quando o relógio deu as voltas prometidas, voltamos, os passos eram largos, mas cheios de timidez, as pernas era feitas de algodão, entramos..., ainda não tinha saído do bloco, as perguntas pairavam ao de cima das nossas cabeças, olho pela janela e espero.
Ouço portas a bater do lado da Unidade de Cuidados Intensivos, vejo uma batelada de médicos de volta a cama onde estava uma mini pessoa deitada, era ela, a minha cria, a minha menina, levanto-me e quase corro para as portas do UCI, sem poder entrar, a espera que alguém venha.

Minutos depois, um deles vem, diz-nos que correu tudo bem, ela está bem, logo irá acordar, para ter-mos um pouco mais de paciência, para a poderem conchegar e poderíamos entrar para vê-la.
Assim fizemos, esperamos, os minutos pareciam anos de espera, até que nos chamam, que nos vestimos de batas, que corremos até ela.
Dormia, parecia um sono descansado, imensos fios e tubos a volta dela, respirava pelo Cpap, (ventilador), para não encharcar logo os pulmões, perguntei se iria ficar muito tempo com ele, disseram-me que provavelmente seria retirado ainda hoje, ela estava a reagir maravilhosamente bem ao novo SHUNT, digo ao pai dela:

- Ela está branca (sorrio para ele)
- Pois está, branca e rosadinha

A enfermeira, que estava ao nosso lado, com ar preocupado pergunta se achávamos mesmo que ela estava branca, com um sorriso de orelha a orelha explico que ela já estava muito roxa, por ter uma saturação muito baixo e que já não me lembrava de a ver com uma cor tão rosadinha, sem tons azulados/roxos e aos poucos o meu coração e o do pai dela, voltaram a bater.

Ele, ainda com a casaquito a volta da sua mão, eu... as lágrimas também voltaram, vê-la ali deitada, mesmo sabendo que tudo isto é para a sua sobrevivência, mesmo sabendo que ela estava bem, ainda não descansaria até a ver sorrir outra vez.




quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Oh pá... Um orgulho!!

Terça-feira foi dia de dentista com o Pequerrucho, como já aqui contei, numa brincadeira na creche, ficou sem um bocadinho do dente da frente.

Foi um processo bastante demorado, desde Junho deste ano que mês sim, mês não íamos ao dentista para primeiro ver se estava tudo bem com o dentinho e segundo para ele se ambientar ao espaço, aos dentistas, as ferramentas.
A dentista foi um amor de pessoa, amável que nem um doce e com imensa paciência, ela já me tinha informado que o procedimento de reconstituição era rápido, mas que ele tinha que colaborar, portanto nada melhor que fazer o reconhecimento do sitio para que tudo corra pelo melhor.
A cada ida, o a vontade do meu menino expandia-se, senti que estávamos no caminho certo, na penúltima ida ao consultório até pediu um balão também para a mana.

Chegou o dia, andei a manhã toda nervosa, com medo que ele não deixa-se que se fizesse a reconstrução, com medo que estivesse num dia não e seria birra pela certa, que se assusta-se com as mão na boca, enfim....
Quando o fui buscar a Creche, disse que iamos ao dentista mostrar outra vez os dentos e ele respondeu-me com um SIM muito convicto e com um sorriso enorme, fiquei um pouco aliviada, mas também intrigada, será que no alto dos seus 2 anos, entendeu realmente para onde íamos?
Chegamos, disse-lhe que iríamos ver os dentes e reparar aquele que estava partida, aí ele diz-me que não, "não queru", dizia-me ele, aos poucos, com paciência expliquei que seria rápido e quase igual a lavar os dentes e entramos no consultório.

A dentista, fez logo um balão com as luvas, ela sabe que ele adora e claro ele ficou logo muito feliz, depois no meu colo a dentista e colega, procederam a tentativa de reconstrução.

Bem... ele foi super crido, pediam para ele abrir a boca de leão e ele abria, pediam para segurar no espelho e ele segurava.
As tantas, la acho que havia muitas mãos na boca dele e levantou-se, pensei, pronto é desta que desata a chorar e que diz que quer ir embora, MAS NÃO, pedi para ele se deitar novamente no meu colo, aceitou e la continuamos.
Aconteceu mais 2 vezes e desses outras vezes voltou, sem sobressalto, a deitar e a abrir a boca quando pedido, até que ele se cansa de ter a boca aberta por tempo indeterminado e decide fecha-la, o pormenor é que a dentista só deu conta quando ele já estava a morde-la!!!

Oh pá foi sem querer e ainda nos rimos da situação e o meu Príncipe portou-se muito bem mesmo, foi um crescido, a reconstituição correu lindamente, a dentista deu-lhe "uma medalha" autocolante para colocar no casaco, como tinha sido o maior e claro pediu outro balão para a mana.

E eu sou uma mãe babadíssima, super orgulhosa, por tudo ter corrida no sossego e na tranquilidade
 



heart emoticon




 

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Turbilhão de acontecimentos, emoções e finalmente... o Sossego #1

Tenho estado ausente,
ausente, de todos, 
ausente de mim, até!
Tudo aconteceu num piscar de olhos, sucessões de acontecimentos, já previstos, desenrolarem-se numa velocidade igualável a velocidade da luz!

A nossa Pequenina, fez os exames precisos para saber-mos em que ponto estávamos, como expliquei, havia incertezas de como estavam realmente o ramo esquerdo da artéria pulmonar e para poder avençar na direcção certa, era preciso fazer um cateterismo, ( colocar uma sonda na artéria femoral, para "visualizar" os caminhos que chegam ao coração), que pudesse assim responder as perguntas com a verdade.
O exame foi feito, o receio, o medo esteve sempre presente, como iria reagir à mais uma anestesia geral, qual seria o resultado final do exame, tudo era questionada, tudo era posto em causa! 
Os "tios", (são os pediatras cardiologistas, que a acompanham desde o inicio, uma equipa cheia de anjos da guarda), da Pequena saem finalmente da sala, e antes de tudo, dizem em voz alta:

- Está tudo bem! O ramo está bem, cresceu uniformemente! (choro, risos e abraços sucederam-se após estas poucas, mas preciosas palavras)

Enquanto esperávamos, para poder vê-la, choramos copiosamente de felicidade, abraçado um ao outro, afinal, havia luz neste caminho tortuoso! 

Foram encaminhados todos resultados ao cirurgião, verificou-se que ainda era pequenina para tentarem uma cirurgia correctiva e definitiva, foi então decidido uma nova cirurgia paliativa, novo Shunt, desta vez do lado direito. Brevemente iria ser chamada para nova intervenção.

A cada chamada recebida, o meu coração cavalgava até ver o visor do telemóvel, ainda não era hoje que tinha sido chamada para cirurgia, esta espera, o não saber a data exacta, estava a dar comigo em doida!

A Princesa estava cada vez mais roxa, mas sempre bem disposta, com energia de sobra, por muito que lhe pedisse-mos para descansar, não havia quem a fizesse parar.
Nos primeiros dias de Setembro, achei ainda mais cianosada, mas também achei que era a ansiedade a falar por mim, que ja andava a ver coisas onde elas não existiam. A educador da Pimpolha liga, diz, que ela não tem febre, mas que recusou comer e que a acha mais roxa/azul, do que é habitual, o meu alarme interior gritou, devia ter confiando no meu julgamento!
Liguei para o Pediátrico, consegui falar com a cardiologia, por via das duvidas aconselharam ida as urgências para ser avaliada, nem tempo tive de me despedir do meu Menino de ouro, foi agarrar na Pimpolha e cá vamos nós direcção Coimbra - Hospital Pediátrico.    

Fomos chamadas, mal entramos e mediram logo a saturação, o aparelho marcava 73/75%, fiquei em pânico, fizeram-me imensas perguntas:
febre? não; Constipada? só uma ranhoca, Prostrada? definitivamente não, mais mexida do que uma enguia, Tosse? não, só houve hoje uma recusa para almoçar, nada mais, disse eu. 
Nenhuma das resposta fazia sentido, puseram-na a oxigénio, fomos fazer nova ecocardiograma, tudo estava estável, sem nenhuma alteração significativa.
Até que no meio de embalos e brincadeira, vejo um dos ouvidos completamente cheio de sujidade, na minha mente fez-se luz, era uma otite e tinha rebentado a muito pouco tempo! Chamei a médica, viu e comentou que não percebe como nem um pico de febre ela teve. Ficamos internados para ver a evolução da sua saturação, com umas gotas para os ouvidos.

A Princesa continuava a precisar de oxigénio, este episódio, enfraqueceu-a, não havia volta a dar, ela dali só sairia para ser operada.  

Bordel de merde!!!!

Muitos escreveram sobre a Tragédia, muitos opinam sobre os refugiados e o porquê da sua fuga,  outros acham só e simplesmente que a culpa é da religião e que Eles, os Terroristas, não vêem que todos falemos do mesmo "Deus", só lhe damos um nome diferente.

Bem, eu..., bem..., realmente não sei o que dizer, a barbaridade dos actos cometidos na passada sexta-feia 13, foi trágica e desumana, sinto pelos que sofrem, sinto pelo o país que vive agora num clima de medo.
Um medo que chega aos meus ossos e os gelam, pois também receio do futuro, que está cada vez mais sombrio, sinto que ninguém está a salvo, ninguém está, de facto, em segurança.

Mas aquilo que me trás as palavras, é o facto de tudo isto girar a volta de " Deus", um deus que nos deu, o Livre Árbitro e é por isso, segundo as linhas escritas em folhas de "Papyrus", que não intervém nas nossa decisões, sejam elas de extrema bondade ou duma inimaginável maldade.
Este deus que permite a pedofilia,
o incesto,
o assassinato,
a fome,
a guerra,
crianças que nascem sem saúde,
crianças/adultos escravizados,
e muitas outros males no mundo, isto tudo por contado do "Livre Árbitro".

Se a Religião, seja ela qual for, trás miséria, mortes, hipocrisia, guerra, não seria um mundo melhor se não existisse Deus?!
Não quero ofender a crença duns e dos outros, longe de mim tal coisa, mas não seria de todo benéfico ninguém matar ou morrer em nome de algo que não se prenuncia!
Se Ele realmente existe, como consegue olhar para a sua criação sem tomar um decisão, sem agir, para que haja paz e harmonia na humanidade?!
A vida é demasiada curta, ninguém deveria sofrer a dor da perda imposta por terceiros!

Donc, BORDEL DE MERDE,

Arretez de vous Batres, faite l'Amour, pas la Guerre!!!


terça-feira, 17 de novembro de 2015

Hoje é O dia!!

Hoje é O dia, entrou pela porta da frente da nossa casa para nunca mais sair ... A Prematuridade! 

Nós, Pais de Prematuros, sabemos dar o valor certo as palavras, Esperança, Tristeza, Luta, Alegria, Medo e Fé. 
Não que estejas a menosprezar quem nunca evidenciou uma situação igual, NÃO, o facto é que ninguém deveria saber o que é a prematuridade, essa é a verdade! 

Mas para quem a tem, para quem a viu, a sentiu, sabe que os nossos filhos podem ter, meses, 1, 5, 10,18 ou até 30 anos, serão sempre bebés que foram "um dia" prematuros, lutaram pelo direito a vida, porque quem teve a trabalheira toda, foram Eles, no meio duma incubadores, tubos, mascaras, fios e mais fios, os nossos Bebés de pouco mais dum quilo de arroz e até muito menos, lutaram!
E hoje, todos eles estão de Parabéns, aqueles que como os meus Pimpolhos estão crescidos e reguilas, outros, que hoje continuam a luta para vencer essa guerra e os ANJOS, que não conseguiram vencer a batalha, por se ter tornado demasiado difícil..., doloroso..., mas tentaram até ao ultimo dia.


PARABÉNS A TODOS NÓS, AOS NOSSOS BEBÉS E A TODOS MÉDICOS E ENFERMEIROS QUE ACOMPANHARAM TODO O PERCURSO, PORQUE SEM ELES NADA DISTO SERIA POSSÍVEL


 


heart emoticon

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Contra a (RE)fidelização!

A Deco fez-me chegar um mail bastante interessante, uma petição contra as operadores, que nos quase que "obriga" a ser ser fiel a tempo indeterminado.

Bem é verdade que todos os contratos e em especial em operadores de telemóvel que inclui ou não TV+Internet ou mais umas infinidades de coisas, tem uma durabilidade de 24 meses de fidelização, sob pena de ter-mos de pagar um valor, que acham eles, simbólico, para a cessão dum contrato em vigor.

Mas sabiam vocês que se alterarem seja o que for a esse contrato, um Upgrade ou um Downgrade, segundo as possibilidades de cada um, face ao serviço que tem em casa, é de seguida presenteado com mais 24 meses de fidelização ao serviço?!

Mas e se ainda estiver em curso o primeiro contrato?
Então tem uma Re-fidelização, isto é, pode até fazer as alterações após 2 meses de contrato, como no 23 mês, o período de Re-fidelização começa a contar na data em que é feito as alterações ao contrato, e são por mais 24 meses!!!!

Infelizmente, padeço dessa injustiça com o contrato da operadora do meu telemóvel, sou cliente da mesma operador, acho eu desde que tenho telemóvel, há praí uns bons 13 anos (é verdade, ainda sou do tempo dos Nokia 3310), achei que seria benéfico uma alteração ao contrato, sem estar certa se a decisão era a mais positiva!
Revelou ser uma má aposta e quis desfazer o meu erro, bem... quando me indicam que tinha um período de nova fidelização, (RE-fidelização), e que nada podia fazer, pois se quisesse voltar a tarifa antiga teria de pagar uma justa indemnização ao excelentíssimos senhores da operadora!!!
Deu-me uma vontade de mandar aquela gente toda pastar na serra com raios e trovões a mistura!!!!

Ontem na minha caixa de mail, caiu uma mensagem da Deco, que está a angariar assinaturas, para que esta Re-fidelização PARE!
Para que haja um basta nesta treta das Operadores poderem fazer o que querem e não querem com os nossos contratos e por consequente, com o nosso dinheirinho.

Para quem, também achar por bem existir UM SÓ contrato de fidelização, deixo-vos aqui o link para poderem assinar esta petição, que no meu ver é das melhores que a Deco fez até agora.


NÃO A RE-FIDELIZAÇÃO: http://www.2anosbasta.pt/

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Uma pessoa...

... vai ao médico as tantas da noite porque parece ter a garganta em fogo, falar é mentir e não consegue se quer engolir a própria saliva, de tanta é a dor que irrompe pela goela dentro, que para coroar a coisa está a apanhar os ouvidos!

O senhor doutor, meigo e simpático, mesmo aquela hora tardia, fez os exames que tinha a fazer e informou que existia, uma infecção nas paredes da garganta, nas amígdalas e nos ouvidos, um espécie de 3 em 1 numa só pessoa!!!.
Mesmo com a voz sumida, fizemos alguma conversa, referindo, que tinha sido O dia de médicos, pois tinha acabado de chegar das urgência com a minha Pimpolha.
Com uma meiguice, que se ouve muito pouco, hoje em dia,  perguntou o porquê da ida, em meias palavras expliquei os contornos da sua cardiopatia.

Uma pessoa, saia do consultório agradecida pela rapidez do serviço, da amabilidade do médico, segurando as lágrimas que teimam em querer cair, mas sempre com um sorriso, pela empatia que o médico demonstrou em relação a situação da Princesa.

Essa pessoa, pode sentir o seu mundo desabar, mas sai sempre com um sorriso!


terça-feira, 1 de setembro de 2015

Descobres que estás a precisar urgentemente de FÉRIAS, quando...

... vais buscar os Catraios a escolinha, calças-lhes os sapatos a correr, porque saís-te tarde do trabalho e já se faz tarde para preparar jantar e dar banho aos Pimpolhos, pedes ajuda a auxiliar para levar os dois ao mesmo tempo para o carro, que aceita prontamente, e quando vamos a descer as escadas a auxiliar proclama:

- Pimpolha! Bem me parecia que tinhas o sapatos calçados ao contrario!!!

(QUE Vergonha!!!!)


~


... hoje de manhã, veste os Pimpolhos, (ja disse que é sempre tudo a correr?!), estás a vestir as calças ao Príncipe, vês, (a tempo), que estás a vestir-lhe as calças da irmã!!!


Estou seriamente a pensar internar-me!!! :(

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Ausência... ..

Aos poucos diga-me mais e outra vez que a vida é bastante matreira, que a vida tem sido madrasta!
De há mais ou menos  um mês para cá, tenho filtrado o meu humor, os meus sentimentos, a minha vontade.
Então achei por bem ausentar-me e voltar uma pouco, mais inteira, como sabem a minha Princesa tem de voltar a fazer nova cirurgia, então seguiram-se consultas, exames, mais consultas, mais resultados, (óptimos resultados), mas depois é ser-mos pais, estar sempre lá quando eles precisam, tanto com um, como com outro, e isso é difícil, pois não quero que o meu Príncipe se sente posto de parte!

Fiz uma pausa, fizemos os exames, ouvimos os resultados, agora só falta vos pôr a par! 

:)


quinta-feira, 16 de julho de 2015

Sentirmos pelos os outros

Mais uma vez fomos a consulta de cardiologia com a Pimpolho, têem sido mais frequentes duvido a sua baixa de saturação.
A médica, informou que o cateterismo "exploratório" já está marcado, explica os procedimentos, será uma estadia de 3 dias, pois a Pimpolha tem de levar anestesia geral.

Tenho Esperança que os resultados finais mostram que está tudo bem, que um dia, quando ela for maior, poderão efectuar uma cirurgia correctiva e definitiva, simplesmente, porque a nossa vida não faria qualquer sentido se assim não fosse.

Durante a consulta, entre perguntas e respostas sobre o estado da nossa Princesa, a médica informo-nos, com meio sorriso, que a "nossa" menina, (é por isso que confio nela, naquela equipa, a minha menina também é deles e isso enche o meu coração), é recordista da toma de Prostim, (foi a medicação que a manteve viva até a cirurgia, mas que pode ter imensos efeitos secundários), foram 2 meses e 1 semana, perguntou-me a medica, respondia que não, foram 2 meses e meio, mais precisamente, 2 meses e 20 dias e graças a Deus, sem qualquer sequela.
E a médica refere-se alegremente a valentia da nossa Princesa, mas em tom amargo, conta-nos que perderam um bebé que tinha uma má formação congénita parecida com a da nossa filha, por não ter conseguido aguentar a luta conjunta com o Prostim, também tinha nascido com pouco mais de 1300 kg.

Naquele momento senti por aqueles pais, sabia o sentimentos de impotência face a uma espera sem prazo, mas sempre com uma luz de esperança, mesmo quando já não acreditamos em nada, mesmo quando temos a certeza que não pode existir um qualquer Deus permissivo de tanto sofrimento, quer pelo recém-nascido, quer pelos pais, a esperança está la e é mesmo a ultima a morrer.

A caminho de casa, os olhos encherem-se lágrima, não pude evitar, antes de ser mãe, ficaria triste, por ouvir uma noticia parecida com esta, ou por ouvir que um bebé foi abandonado, ou outra atrocidade que por vezes o próprio ser humana faz. Agora, sendo mãe, sinto pelos pais que sofrem, sinto por não poder saber como é possível maltratarem ou abandonarem um bebé.  

Neste caso, imagino a dor dos pais como se fosse minha e espero, rogo a Deus, para que consigam encontrar de volta a felicidade.

quarta-feira, 15 de julho de 2015

Descobres que estás a precisar urgentemente de FÉRIAS, quando...


... veste os Pimpolhos, sempre a pressa, porque estás, sempre atrasada e de repente...

       Olhas para o teu filhO e percebes que lhe calças-te as meias cor de rosa, giras e loucas, da IRMÃ.


Pronto e é isto!

terça-feira, 14 de julho de 2015

De volta ao passado#26 - Os momentos que merecem ser recordados! Parte2

Parte 1          Parte 6          Parte 11          Parte 16        Parte 21
Parte 2          Parte 7          Parte 12          Parte 17        Parte 22
Parte 3          Parte 8          Parte 13          Parte 18        Parte 23
Parte 4          Parte 9          Parte 14          Parte 19        Parte 24
Parte 5          Parte 10        Parte 15          Parte 20        Parte 25

Aqui fica mais uns preciosos momentos da nossa caminhada, pois como disse antes, eles fazem parte da nossa história.

  • O colo :)
O primeiro colo dado, as palavras são poucas, para conseguir escrever com exatidão o tamanho da felicidade sentida. Com o Pimpolho, foi o colo canguru, pele com pele, com a Princesa, um colo menos pessoal, ela não podiam ser muito mexida. Mas cada colo, invadiu o meu ser até a alma. Uma mãe quer poder mimar, lamber as suas crias, sendo eles prematuros, a doença da Pequerrucha, fez com que esse dia, tivesse sido adiado.
Acho que só me senti plenamente mãe, quanto os pude cheirar, tal um animal faz com as suas crias e isso é uma lembrança que nunca vou esquecer!

  • A falta de sensibilidade de alguns profissionais!
Infelizmente tive 2 situações bastante difíceis de lidar, que me deixaram de rastos, que fizeram-me acreditar que era uma péssima mãe.
A primeira, aconteceu na curta estadia da minha menina na UCEP de Leiria, como já contei, ela não se adaptou ao ambiente, tudo era novo, rotinas, enfermeiros, cheiros.
No dia da transferência novamente para Coimbra, perguntei o porquê, (ainda não me tinha apercebido que a minha menina não se sentia confortável naquele ambiente novo), perguntei quais os riscos, o que estava a acontecer. A enfermeira de serviço, foi rude, foi brava, foi desumana, explicou com todas as letras que a culpa era minha, se quisesse responder as minhas próprias perguntas, teria ficado sempre ao lado dela, não a desgrudaria nem um minuto e isto tudo a frente de todos os pais que se encontravam na unidade, pais que não sabiam da minha historia mas que ela bem sabia, eu não tinha tido só um filho, mas sim dois!
No meio de lágrimas e lamentos, perguntei se tinha de deixar o meu outro filho órfão de mãe? Se ele também não era prioridade? E que só EU e meu marido sabíamos aquilo que sofríamos, por não poder estar ao lado dos dois todos os dias, a todo instante, que sabíamos muito bem que a vida da nossa menina estava a todo instante, em risco. 
Ela recusou entender, fomos embora com uma ferida enorme aberta no coração.

A segunda, foi muito parecida com a que escrevi acima, mas desta vez em Coimbra, fui chamada pela assistente social, para lhe explicar o porquê de não acompanhar dia e noite a minha menina, tendo em conta o seu estado. Deduzi logo que não sabia que tinha tido gémeos, expliquei, contei que tentava estar o mais presente para ambos. 
Também não quis entender, perguntou se não tinha nenhum familiar que pudesse tomar conta do meu filho, pois quem estava a precisar de atenção contínua era a menina, ela é que inspirava cuidados, expliquei que não era fácil, pois já muito os meus pais e sogros estavam a fazer e reforcei a ideia de que ambos precisavam de mim, mesmo saudável, o meu menino, como todos os bebés, necessita da mãe.
Pediu para rever as minhas prioridades e saí da sala, chorei lágrimas de sangue no caminho de volta ao quarto da Princesa, mais uma vez tudo estava a ser posto em causa, devia realmente ser péssima mãe, pois não sabia onde estava as minhas prioridades, a primeira ferida reabriu, mais profunda, mais dolorosa.

Ao chegar ao quarto, estava a enfermeira O. junto da minha Pequena, perguntou o que tinha sucedido para estar naquele estado lastimável, contei..., por fim perguntei o que faria ela no meu lugar se fosse sua filha, ela do alto de todos seus conhecimentos, respondeu sem hesitar, que ficaria sempre junto dela, eu retorqui, perguntando e se fossem gémeos? Nesse instante, percebeu o meu dilema, ela estava a pensar na sua situação, não na minha, depois de olhar para mim, respondeu com ternura, que faria exactamente o mesmo.

Nesse dia, o caminho para casa foi longo e demorado, as lágrimas caiam uma atrás da outra, a cabeça a mil, tentava em vão encontrar uma resposta a situação, por um lado tinha os médicos dela, aqueles a quem confiei a vida da minha Filha, que me diziam todos dias, para não vir todos dias a Coimbra, que precisava de descanso, que precisava passar tempo de qualidade com o meu Menino, que qualquer alteração seria logo contactada, e contudo estava a ser julgada, mesmo estando todos dias perto dela.
Contei ao meu Homem, ficou devastado, furioso, revoltado, nesse dia, voltamos a noite, ele queria vê-la, ele queria atenuar a dor que tão bem conhecia.
Fomos, mais juntos do que nunca, era tarde, hora de troca de turnos, passamos pela sala de enfermeiros, percebi, senti que eles estariam a falar do que tinha acontecido hoje cedo, pensei naquela gente toda a julgar as nossas prioridades.

Chegamos por fim ao quarto, ela dormia serena, logo atrás veio o enfermeiro J., pensei que fosse ele que estivesse a acompanha-la e que vinha fazer o relatório do seu estado desta tarde, mas não!
Ele queria dizer-nos pessoalmente, o quanto absurdo tinha sido a situação com a assistente social, queria dizer-nos para não fazermos caso, que todos nos apoiavam, que todos sabiam e sentiam a luta que travávamos para poder dar Amor a ambos. Que infelizmente, os casos que necessitam verdadeiramente da intervenção da assistente social, não eram contactados e assegurou-nos que iriam falar com os médicos, para eles terem uma conversa séria com a mesma.
Tanto eu como o meu marido ficamos calados, as lágrimas inundava os nossos olhos, queríamos agradecer, mas as forças por momentos, tinham desaparecido, a custo só consegui agradecer, muito.
Queria poder ter dito, o quanto aquelas palavras estavam a ser reconfortantes, que afinal não estavam-mos a ser julgados, que a confiança que tínhamos por toda aquela equipa estava de novo restaurada e mais solida que antes, o quanto ele estava a ser amável por ter vindo falar com agente.
Mesmo não tendo proferido tudo isto, ele entendeu, quando ficamos novamente sozinhos, choramos abraçados um ao outro, choramos de alivio, afinal não estávamos errados, as nossas prioridade estavam muito bem definidas.

  • A musica que acalma.
Ainda na UCEP em Leiria, existiu um momento intimo entre mãe e filha, que acabou por se alastrar por toda a unidade. Ela estava inquieta, o alarme da saturação não parava de buzinar, por muito que falasse com ela, nada a acalmava, decidi então, com muito cuidado agarra-la, dar um colo meio canguru, (meio, porque como já referi, junto com ela há imensos fios ligados a ela e não da para coloca-la como seria de esperar nesta situação), abri a minha blusa encostei-a o melhor que pude e devagar sentada na poltrona virada para a janela embalei-a e sussurrava a melodia duma musica que me diz muito, (inclusivo foi a minha musica de entrada do meu casamento, eu sei, eu sei, lamechisses!), Seulmentl'amour, de D. Juan - La comédie musicale, (o link está legendado, para quem quiser ver e ouvir).
Ela acalmou, o silencio era Rei na unidade, de repente, éramos só nos duas, estávamos no nosso mundo, até que..., não sei se foram minutos, meias horas, ou horas.
O enfermeiro R. se apercebeu da melodia e do silencio que inundava toda a unidade, fez referencia ao que estava a acontecer, foi quando voltei a realidade e pedi desculpa, não pensei que tivesse a cantarolar tão alto. Ele, amavelmente agradeceu, pois todos os bebes da unidade, estavam em silencio e serenos, fez referencia ao quão benéfico a musica é para os recém-nascidos. 
E EU que achava estar a sós com a minha menina, dentro da nossa bolha, acabamos por embarcar todos presentes.
Foi o momento mais sereno que tive durante todas esta caminhada.


Sabia que havia males pelo mundo, era (sou) consciente disso, mas nunca achamos que eles podem bater a nossa porta. 
Nunca estamos preparados, mas podemos tentar fazer frente e foi aquilo que tentamos fazer até ao dia da alta da nossa Menina.

Continua*



sexta-feira, 10 de julho de 2015

De volta ao passado#25 - Os momentos que merecem ser recordados! Parte1

Parte 1          Parte 6          Parte 11          Parte 16        Parte 21
Parte 2          Parte 7          Parte 12          Parte 17        Parte 22
Parte 3          Parte 8          Parte 13          Parte 18        Parte 23
Parte 4          Parte 9          Parte 14          Parte 19        Parte 24
Parte 5          Parte 10        Parte 15          Parte 20

    A recta final do meu projecto pessoal, aproxima-se, este “De volta ao passado”, tem-me ajudado muito, poder exprimir por palavras o turbilhão de acontecimentos e de sentimentos, de pouco mais de 3 meses, os 3 primeiros meses de vida dos meu Filhos.
Esta caminhada tem sido libertadora, difícil de recordar, sem dúvida, mas alivia um pouco mais a dor dum futuro incerto.

Hoje quero recordar momentos, nunca soube muito onde encaixa-los nos relatos anteriores e antes de escrever sobre a cirurgia da minha Pequerrucha, quero pôr por palavras os momentos menos bons, porque existiram e feriram-me e os momentos que eram pura felicidade, porque todos eles fazem parte da nossa história.

  • Quando pus os olhos pela primeiras vez, em cima de dois ser tão pequeninos!
Eu não sabia o que era ser mãe, tinha duvidas se iria ser uma mãe competente, morria de medo de não saber cuidar deles, ainda por cima vieram ao pare! Achava que não conseguiria dar atenção nem a um nem a outro, que não saberia lidar com os choros duplos, com a alimentação. Todos diziam, “ pões a mamar os dois ao mesmo tempo, um em cada mama”, para ser sincera essa ideia nunca me cativou e louvo quem o consegue fazer, mas eu achava que não daria a atenção, mimo suficiente nem a um nem a outro.
Mas eles, eles eram lindos, quando olhei para eles, tudo se iluminou, não eram enrugados, uma pele limpa, não tinham sobrancelhas nem pestanas, as unhas eram uma pele finíssima, pelinho pelo corpo todo, descobri que o meu menino, tinha, (e ainda hoje tem), um buraquinho acima da cada orelha, é verdade, tudo era ENORME para eles.
A partir desse momento, uma luz no meu coração acendeu-se.

  • Poder alimenta-los, mesmo que por sonda.
A hora de “mamar” era sempre especial, podia não poder lhes dar mama, mas os enfermeiros, deixavam-me segurar a seringa que continha o leite que descia pela sonda, podem achar ridículo, mas sentia que era o nosso momento, de mãe para filho, podia não estar encostado a minha mama nem ou meu coração, mas enquanto segurava a seringa com uma mão a outra acariciava-os. Com o passar dos dias, aos poucos e com ajuda da xuxa, dava-lhe leite a boca, pois não era só sentirem-se saciados, eu achava que tinha de saber qual o gosto do leite. Claro, com autorização dos médicos, comecei a molhar a xuxa no leite enquanto ele descia pela sonda. Bem..., era tão magico, eles xuxavam com tanto fervor, com tanta satisfação, que o meu coração preenchia-se a cada dia.

  • Os cocós e os xixis!
Só as mãe para se alegrarem com estas duas palavras, então mães de prematuras, muito mais ainda. Cada xixi, que no caso da Princesa eram quantificados, cada cocó, era uma vitoria.
Fazerem as necessidades por eles próprios, indicava que o organismo estava a reagir muito bem, que estava a crescer. Portanto, cada muda de fralda era um sentimento duma batalha já vencida, entusiasmada, as fraldas eram mudadas, com muito cuidado, dobradas a meio da barriga, aconchegadas a eles.

  • Teste do pezinho e outras maldades.
Eles eram muito pequeninos, tiveram de realizar 2 teste do pezinho, coisa de prematuros.

Sofri, imenso, chorei, solucei, como disse a enfermeira, doeu mais a mim do que a eles, pois tanto um como outro, não deitaram lágrima, não resmungaram, era como se de nada fosse nada. O sangue foi retirado do punho deles, sim outra coisa de prematuros, a mão deles, era dobrada para frente, para consegui um boa veia para as gotas de sangue caírem certeiras no papel, foi a primeira maldade que assisti, as outras, as vacinas, as colheitas e sangue, os exames, todas elas doeram-me, sofri, mas deixei as lágrimas de parte, o meu coração chorava por mim, mas não queria que os meus filhos vissem a minha tristeza, como podia pedir-lhes para serem fortes, que tivessem coragem, se eu estava lavada em lágrimas, então sobrepûs a lógica ao coração e fiz-me tão forte quanto os meus meninos, para nunca os deixar ficar mal.

Continua*

terça-feira, 7 de julho de 2015

O dia da criança, que é só UM dia, mas que é vosso todos os dias!!!

Ainda ontem, dormia um na espreguiçadeira, que abanava ao ritmo do meu pé, enquanto embalava outro ao colo.
Ainda ontem, cabiam nas almofadas ortopédicas, que servia de cama improvisada para dormirem a sesta no sofá.
Ainda ontem, perguntava-me quando caberiam na roupa de tamanho 0, para não parecerem estar dentro dum saco de roupa mal ajeitada.
Ainda ontem, tremia de medo, por não saber ao certo o que é ser mãe.
Ainda ontem, deram a primeira gargalhada, o primeiro passo, a primeira palavra....
Não passou assim tanto tempo, não, apenas 22 meses (menos 8 dias), mas ainda ontem, olhei para vocês e pensei,
Estão tão grandes!!! Como é que o tempo passa e não o vemos. Eram tão pequenos..., Agora estão crescidos, cheios de risos contagiantes, cheios de vida, ahhhh como eu amo os meus Filhos, os meus meninos!
Hoje é dia da criança, por a vida não nos sorrir financeiramente, não haverá nada de especial, para comemorar este dia meus amores, só um jantar com os avós, mas uma coisa posso garantir-vos, o Amor que temos por vocês meus filhos, esse, é muito maior que qualquer prenda que lhe possamos dar.
Com a esperança que dias melhores virão, fica aqui, para quem sabem, mais tarde recordarem, o testemunho, que a vossa mãe e o vosso pai, ama-vos incondicionalmente. 
On vous aimes trés fort mes poussins!

terça-feira, 30 de junho de 2015

As novidades não são certas, o futuro continua incerto!


Fomos a consulta de rotina de cardiologia com a Pimpolha, já nos tinham dito que possivelmente teria de ser, ainda este ano, sujeita a nova cirurgia, tudo indicava que o Shunt estava a ficar pequeno, nada que não soubéssemos, já era certo e sabido, pois em termos práticos, ela cresce e o Shunt não.

Até então, em cada ecocardiograma, as noticias tinham sido sempre óptimas, tudo estaria a crescer, tudo parecia estar favorável para uma possível cirurgia reconstrutiva definitiva, uma noticia deste tamanho, é como poder ganhar o euromilhões, é saber que afinal a nossa menina teria uma oportunidade de viver, uma oportunidade de podermos vê-la crescer!
Sabíamos que antes disso teria de passar por uma nova cirurgia paliativa, outro Shunt, segundo os médicos, uma oportunidade de dar mais tempo a nossa Pequerrucha para ganhar forças, suporte físico para aguentar uma operação complicada, porque “reparar” o seu coração cheio de “encruzilhadas” não é pêra doce, mas poderia ser feito e mesmo sabendo todas as complicações que uma operação implica, havia uma luz ao fundo do poço.

Mas, e infelizmente tenho aprendido, que há sempre um MAS, nas nossas vidas, na ultima consulta, a médica esteve reticente, não via aquilo que pretendia, havia algo que não estava a bater certo.
Disse ela, que sim, ela tinha de fazer a outra cirurgia paliativa, este ano, o mais rápido possível, a saturação está baixa, mais ainda aceitável, o Shunt, efetivamente está tortuoso e pequeno, mas não podemos pensar em nada definitivo até fazer novos exames.
Eu, convicta que estava tudo bem, retorqui que sabíamos que ainda não podia ser feito agora, por ser muito pequenina, conversa de mãe esperançosa, a médica explica, que não é só isso, e mostra-nos que há um pequeno problema na eco, não conseguia visualizar correctamente o ramo esquerdo.
Há varias possibilidades para este facto, ele pode estar num sitio de difícil acesso visual com a eco ou estar num sitio diferente, pois o coração dela é mal formado, são possibilidades reais, ou então..., pode ter parado de crescer, de desenvolver, como deveria.

Estas ultimas palavras, senti-as como agulhas, tentei não perder o animo fiz perguntas, as respostas não eram bem vindas, as soluções eram quase nulas para esta última informação, não quis fraquejar ali, mas fiquei sem alegria na voz.
Para poder saber o que realmente irá acontecer, seja para esta operação, seja para o seu futuro, a minha Pequenina irá realizar um cateterismo, para exploração das suas artérias e coração, ver qual o tamanho possível para um novo Shunt, ver o que é feito do seu ramo esquerdo.

O exame já está marcado, a ansiedade está presente a toda a hora, a todo instante, tento não pensar, volto a sobrepor o raciocínio ao meu coração, para tentar não sentir, para tentar continuar a dar o que posso aos meus meninos.
Não quero pensar na fatalidade, mas ela paira na minha cabeça.


Eu sou mãe de gémeos e quero sê-lo até morrer!

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Está tudo de pernas pó ar, ou quê???

As belas noticias do dia de hoje:

- Gato queimado vivo é tradição numa das nossa terras Lusitanas.

- Galo enterrado vivo com direito a pauladas é outra tradição nossa, numa outra terra Lusitana.

- Terrorismo em terras onde existe tantos queijos, como de dias num ano.

- Atentado onde as mulheres louras são trocadas por camelos.

Acho que não me esqueci de nenhum "evento" por hoje!

Agora pergunta eu,
MAS ESTA GENTE ANDA TODA DOIDA VARRIDA DA MOLEIRINHA?????

É que, com noticias assim, fico cada vez mais preocupada com o mundo onde os meus filhos irão viver!!
Espero que o bom senso volte, que entendem que até os animais têem compaixão, falta acreditar que também os humanos, as pessoas que têem o dom da palavra, da consciência, se mentalize que todas estas atrocidades não nos levam para caminho nenhum.

Haja bom senso, haja empatia entre os homens, para não temer-mos um futuro!

quinta-feira, 25 de junho de 2015

De volta ao passado#24 - 79 dias!!

Parte 1          Parte 6          Parte 11          Parte 16        Parte 21
Parte 2          Parte 7          Parte 12          Parte 17        Parte 22
Parte 3          Parte 8          Parte 13          Parte 18        Parte 23
Parte 4          Parte 9          Parte 14          Parte 19
Parte 5          Parte 10        Parte 15          Parte 20

Todos dias era uma luta, medicação, exames, analises, peso de fraldas, vira ora para um lado, vira ora para o outro, banhos a gato, o alarme a soar, (já sentia calafrios só de ouvir o raio, (porcaria!!!), do apito!!),... a meta, atingir os 3Kg.

Os médicos, para já, tinham uma solução viável para a minha Pequerrucha, o único senão era o seu peso, que demorava a aumentar, entre o leite que era medido ao milímetro e os diuréticos dados para não sobrecarregar o seu coração, existia um aumentou de peso mínimo por dia.

A cirurgia será paliativa, isto é, não é definitiva nem nada que se parece, é uma forma de poder crescer até poder, (ou não), fazer uma cirurgia definitiva. Explicaram-me que não podia ser feita antes, pois não existia material que fosse tão pequena quanto ela.
O objectiva dessa mesma cirurgia, era introduzir um SHUNT, no canal arterial para poder deixar de ser dependente de medicação para se manter aberto, para isso ela tinha de crescer, para as suas "estradas internas" poderem receber o seu "atalho".

Os dias passavam e a esperança iluminava o nosso caminha, ela não melhorava, mas estava estável e estar estável, era uma alegria enorme para nós.
Os médicos, vendo que a sua luta poderia ser feita mais pertinho de casa, transferir-na para Leiria, mandaram todas indicações do que estava a ser feito, bastava simplesmente continuar da mesma forma e assim o fizeram.
Para mim, claro foi óptimo, a minha menina estava mais perto, poderia gerir o tempo melhor entre um filho e outro, para poder estar mais presente para eles.
Mas ela não gostou, ela não conhecia as rotinas, nem as vozes dos médicos e enfermeiros de cá e não quis ambientar-se.
Ela piorou, as doses de Prostin eram cada vez mais altas e a saturação cada vez mais baixa, ficou 15 dias em terras Leiriense, depois de ponderarem acharam por bem ela voltar para a cidade do conhecimento, Coimbra.
Como bom filho retorna a casa, em muitos poucos dias voltou a ficar estável, como um filho que conhece a sua mãe, a minha menina, conhecia quem cuidava dela, o cheiro do quarto, os sons, o amor de toda aquela equipa nutria por ela.

Continuamos a esperar, semana após semana, a pouco e pouco, deslumbrava-se um pouco mais de chicha aqui ou acolá.
Em todas as visita médica semanal, perguntava por novidades, eles pacientemente, explicavam-me timtim por timtim como ela estava, nunca deixaram de responder a qualquer pergunta que fizesse, mesmo quando não percebia os termos técnicos eles explicavam em bom português, assim como todos dias perguntava aos enfermeiros, como tinha passado a noite ou a manhã e nunca deixaram de me dar qual fosse a novidade, boa ou má.
Assisti a muitos exames feitos, dos mais básicos ao mais complicados, como tirar sangue a uma criatura tão pequenina, eles aplicam a técnica da Porcalhota, sim sim, foi assim que a enfermeira a mencionou, por ser feita só com a agulha na veia e onde contavam cada gota que saía para os tubos de ensaio.
Ela, como sempre uma valente, não chorou, não reclamou, nem gritou.

Outro e o mais feliz de todos, foi fazer a ultima eco a cabeça, depois de ela completar as 41 semanas de suposta gestação, para verificar se os pontinhos luminosos eram reais lesões cerebrais ou só o processo de desenvolvimento cerebral.
Bem, nunca me hei-de esquecer daquele dia, sentada, a minha menina ao colo, o médico com o aparelhometro na mão e com muito jeitinho rodou, rodopiou, acho que até piruetas ele fez em toda a sua moleirinha, eu atenta ao ecrã, as lágrimas caiam sem eu perceber, tamanho era a minha felicidade, o ecrã não mostrava qualquer pontinho luminoso, nem umzinho, para contar historia, o medico, também ele bastante satisfeito pelo que via, disse-me:

- A mãe já percebeu que está tudo muito bem com a sua menina, não já?

Entre lágrimas e soluços (sim, quando choro, normalmente é a valer, mesmo que seja de felicidade), disse:

- Sim, os pontinhos luminosos, desapareceram!! Afinal, só estava a desenvolver-se!!
Mas, doutor e a lesão do corpo caloso, essa, a sua colega disse que era uma lesão real?!

O médico, - Vejo por si!

Aí voltou a rodar o sensor pela cabeça da minha menina e estagnou, olhei para o ecrã, onde deveria estar duas bolhas de ar, (era assim que eu as via), e mais uma vez senti-me inundado duma alegria enorme, a lesão tinha desaparecido!

- Como é possível?
- É possível mãe, e como pode ver está tudo bem com a sua menina, ela não tem qualquer lesão cerebral!
Foi a melhor noticia que poderiam me ter dado :)
Uma batalha já estava ganha!

Também houve momentos de aflição, momentos em que pensei que ela não iria aguentar por muito mais tempo, o que mais me marcou foi umas semanas antes da cirurgia.
Num de fim de tarde, era dia em que o pai pôde sair mais cedo do trabalho para poder ir mimar a nosso menina.
A enfermeira disse-nos que ela estava muito irrequieta, que andava a fazer das dela, a saturação caia muitas vezes. A nossa Pequerrucha dormia, como fazia quase sempre, ela não interagia muito, era normal visto a sua condição, o pouco que se mexia, ou poderia ter dor ou ficava exausta. Nós ficávamos a olhar para ela, contava-mos os progressos do mano, as saudades que ele tinha dela.
O tempo passou, la fora anoitecia, o meu marido foi tomar um café, continuei a mimar a minha menina, até...., até que o alarme se faz ouvir, penso que seja a saturação novamente a baixar, olho para o ecrã e vejo o que não queria, não era só a saturação que caía a pique, o batimento cardíaco também, em questão de segundos, os valores estavam baixíssimos, não sabia o que fazer, ouvia a enfermeira a correr para o quarto, e eu..., eu só me lembrei de abana-la, de beliscar-la, de chamar por ela, a enfermeira chega e de repente os valores voltam a subir, voltam a fixar-se no seu habitual.
Foram segundos, que me pareceram infinitos, ela voltou, não desistiu, a enfermeiro, dizia que ela não iria aguentar muito mais tempo, ela tinha de ser operada!

O único problema é que ainda , pesava a volta e 2700kg,


*Continua

quinta-feira, 11 de junho de 2015

"No Tempo das Cesarianas" - Repostagem SIC

Vi a reportagem, não sei se gostei!

Vejo e revejo comentários sobre esta reportagem, todos aplaudem, todos adorem.
Bem, uma coisa está mais que certa e sabida, é um negocio, um bastante lucrativo, isso não restam dúvidas.
Sim a reportagem é bastante esclarecedora, relata o prós e os contras das cesarianas, (mais os contras, na minha opinião), mostra a discrepância entre hospitais e no meu ponto de vista, focam-se na negatividade desse "acto" e inclusive sobre a escolha que é dada as gravidas.

Claramente, no meu ver, esta reportagem foi para dar um abanão a quem pensa na possibilidade de escolher uma cesariana, não havendo, de ponto visto médico, indicação para tal.
Não censuro quem opta ou não por esse procedimentos, longe de mim, o que me fez comichão, foi a maneira como mostram os aspectos negativos desse procedimentos.

A reportagem generaliza, sim, mas para mim, que não tive escolha, que os médicos as 32 semanas, não tentaram prolongar a estadia dos meu filhos dentro da minha barriga, porque tinham a certeza que era imperativo eles saírem, porque estavam mais seguros, cá fora, do que no meu ventre, ouvir a Investigadora Conceição Calhau, (sempre a nível geral), que um bebé que nasce de cesariana "tem mais probabilidades de Cólica, Diarreias, Risco de Obesidade, Diabetes tipo II ou até Perturbações de saúde Mental", faz que hoje as minhas certezas, passam a duvidas num ápice.
Não bastava a cardiopatia da minha menina, que agora posso ter de me preocupar também com Diabetes, Riscos de obesidade ou mesmo Perturbações mentais????

Não haverá, nesta reportagem, uma carga negative extrema??
Sem se preocupar na carga emocional que possa causar todas estas percentagens e estatísticas, que seja, ora para a mãe, ora para o recém-nascidos??
Mas afinal, a cesariana, é ou não é para salvar vidas?

Sim, eu sei, é a nível geral, cada caso é um caso, não podemos expor todos os casos existentes, e pardais ou ninho....
Verdade, mas como apresentaram vários casos de gravidas saudáveis, em que nenhum dos bebés corria perigo, além de estar em posição pélvica, podiam, ao meu ver, ter apresentado o testemunho duma gravida, que não pôde ter escolha, pois o seu filho estava em risco de vida, porque é para isso que servem as cesarianas, salvar vidas, NÃO?!

Eu fiz uma cesariana, não, não era o que queria, mesmo sabendo que eram dois, sonhei com um parto normal, onde o meu marido estivesse ao meu lado, onde iria, com certeza, dizer todas as barbaridades do mundo, onde queria ter visto os meus filhos, queria que eles me tivessem cheirado..., sentido....

Isto não aconteceu da forma que sonhei e esta reportagem encheu o meu coração de medos e de duvidas!

De peito cheio de orgulho... (Isto sou eu a ser mãe babada!)

Ontem, os meninos embevecidos na brincadeira, de repente batem a porta de casa, a minha Periquita lança-se em passo de corrida para o hall de entrada e grita a pleno pulmões:

- Quem é? QUEm é?

Eu..., nem tive reacção, depois de alguns segundos, ri-me com um sorriso de orelha a orelha!!!

Só sei que estou feliz e babadíssima!!

Boa Princesa!


terça-feira, 9 de junho de 2015

Descobres que estás a ficar velha quando...#4



...Quando olhas para o espelho e pensas:

"Tenho mesmo de comprar um creme anti-rugas!"


                                                  (foto retirada da internet)



Quero ir pá ilha!!!

segunda-feira, 8 de junho de 2015

GeNgivOestoMatitE......... a sério?!?!?!?!?!

Eu já estava, era mal habituada!
Quando 2014 acabou, achei que por quaisquer artes magicas, os meus Pimpolhos, iriam ser menos frequentadores de vírus, ou bactérias, que por sua vez seriam menos assíduos as idas aos médicos ou hospitais.
E sim, os primeiros meses de 2015, foram bastante mais reconfortantes, nada de alarmante, uma bênção!

Até que chegou o Mês de Maio, tudo começou com os dentes dela, vieram os dentes e todas as outras maleitas para Ela e para Ele.
Não bastava os quantos azares que o meu Valentão tinha tido até então, que ao inicio da semana passada, voltam a telefonar da creche, o Pimpolho estava murcho e com febre! Administraram-lhe Ben-u-ron, logo que consegui-se iria busca-los.
Mais ou menos 2h depois, chego a creche, a febre ainda não tinha baixado, ele estava murchinho, sentado, sem grande alarido, fiquei logo preocupada, ele não costuma estar tão quieto, mesmo quando está doente.
O resto do dia, não correu muito mal, a febre la baixo, até jantamos em casa da minha mãe, ele jantou que nem um comilão, a noite parecia estar calma, até..., até que acorda com quase 40ºC de febre, fiquei em pânico, ele nunca chegou a valores tão elevados, liguei a saúde 24 e como nada aparentava ele ter um quadro que tivesse um indicador de uma doença qualquer, pediram para me dirigir ao hospital e assim fiz as 2h da matina.

A medica avaliou-o dos pés a cabeça, por fim a garganta..., pronto ja estava explicado, uma Herpangina, disse ela, não a medicação para tal, é um vírus, ter-mos paciência e dar os antipiréticos, que seria normal ele deixar de comer, oferecer-lhe muitos líquidos.

Ok, mais descansada, volto para casa.

Os dias passaram e ele pior ficava, a boca e lábios estavam cheias de pintinhas brancas, com um mau hálito horrível, só bebia leite, chorava a toda a hora, queria comer, mas não conseguia, depois reparei que nos dentes superiores da frente, por de trás de cada dente, existia uma pintinha branca, a febre continuava presente. Aflita, por ver o meu rebento, tão desamparado, nada lhe oferecia conforto, voltei ao hospital, tinha de haver qualquer coisa que acalma-se pelo menos a dor.
É novamente avaliado, a Herpangina evolui-o para uma Gengivoestomatite, um vírus disse ela, e que nada há a fazer , sem ser ter muito paciência, ter o cuidado de não desidratar, oferecer o que lhe apetece-se comer e esperar que o vírus se fosse embora.

Eu percebo, mas não quero entender, não há pior dor, que ver um filho, querer comer e não conseguir, por ter dor, nada lhe oferece tranquilidade.
Hoje, uma semana depois, continua com pintinhas, mas parecem estarem a secar, já não chora tanto, mas está muito mais mimalho, vai-se la saber porquê?

A paciência continua cá, as horas devidas a cama, continuam a crescer, ( não sei se alguma vez irei conseguir recupera-las), o meu Pequenotes, há-de ficar melhor e espero que desta, fique dado por encerrada, a época das maleitas!!!!

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Acontecimentos em efeito Bola de Neve

Estas 2 semanas que passaram, foram bastante tramadas, para não dizer HORRÍVEIS!!!!

Ponto 1 - 
Os dentes da Periquita cá de casa, só começaram a aparecer tinha ela já 1 ano feito, então a sua belíssima dentadura, acho por bem recuperar todo o tempo perdido, portanto neste momento tem 5 dentes a nascerem ao mesmo tempo, sim sim, 5 dentinhos que põem o seu bico de fora, conclusão, a minha Pequerrucha esteve de molho 1 semana inteira com a avó, por estar rabugenta, com febre, (valhe-me o Ben-u-ron e o Brufen) e com recomendação de só dar sopa passada, que a moça, por muito que queira Chicha, a dor do mastiganço é maior que a vontade de comer comida dos crescidos.

Ponto 2 -
O meu valentão, que esse teve os dentinhos no seu tempo duvido, salvo erro, primeiro dente aos 7 meses (idade real), achou por bem, começar a pensar nos dente definitivos, não vá o processo atrasar nalguma coisa, pois mais vale prevenir que remediar.
La fui buscar a cria a creche, quando a educador me conta, que o meu filho entendeu por bem, sair sozinho do carrinho de mola, que há no parque exterior, resultado um belo galo. Relativizei, pois são coisas que acontecem, e tal..., pardais ao ninho... .
Chego a casa e vejo que o moço, meu rebento, tem falta dum bom bocado dum dos dentes da frente!
Falei com a educadora, que diz não se ter apercebido e eu acredito nela, porque por muito eficientes, que ela são e acreditem tenho sorte na creche onde os meu filhos estão, nem sempre se pode dar a devida atenção a todos ao mesmo tempo, aconteceu la como podia ter acontecido comigo noutro sitio qualquer.
Com isto la fomos a sua primeira ida ao dentista, não correu bem, mas também podia ter corrido muito pior, la deixou fazer um raio-x e a boa noticia foi que não chegou ao nervo, a possível má noticia, é ter de ser necessário a desvitalização do dente, para prevenir isso mesmo, o dentista, quer ver a evolução durante um período de 6 meses. 
O que tem mesmo de ser feito, diz o dentista, é colocar massa para reconstrução do dente, para prevenir uma futura carie naquele mesmo dente, ( eu ainda não percebi, como o dentista, vai conseguir que um bebé de 21 meses, esteja quieto e de boca aberta para lhe colocar a massa no sitio, prevejo uma longa e grande dor de cabeça).

Ponto 3 -
Os acontecimentos, podiam ficar por aqui, porque já eram de sobra, mas não, o meu Rebento andou a semana toda, com uma falta de atenção tal, que tropeçava em tudo. Ou era porque andava e olhava para trás, ou porque queria ver tudo o que se passa a volta dele, ou porque punha o pé em cima dum brinquedo e la estava ele de cara no chão, bem vi-me e desejei-me para que tivesse mais atenção.
Até que..., logo na semana a seguir, outra vez na creche, a minha cria que estava sossegada no bacio, achou por bem sair, pois já la estava a imenso tempo e nem queria fazer o serviço no bacio, que a fralda é muito mais cómoda, e tal...  uma vez mais, cai, sim cai e para coroar todas as queda até então, partiu mais um pouco do dente e rasgou o lábio. 
A pobre educador, nem sabia o que me dizer, apenas que não sabia como tinha acontecido, num minuto estava no bacio, noutro estava estatelado no meio do chão.

O certo é, que a falta de atenção acabou como começou, agora é rezar que o dentista faça um milagre, para conseguir lhe por a massa no dente, ou então vamos ter a 5ª sinfonia de Beethoven, versão portuguesa, no consultório. 

Wish me luck *

terça-feira, 19 de maio de 2015

De volta ao passado#23- Ser SUFICIENTE #2

Parte 1          Parte 6          Parte 11          Parte 16        Parte 21
Parte 2          Parte 7          Parte 12          Parte 17        Parte 22
Parte 3          Parte 8          Parte 13          Parte 18
Parte 4          Parte 9          Parte 14          Parte 19
Parte 5          Parte 10        Parte 15          Parte 20

Claro que a rotina manteve-se, em dias alternados, ou de manha ou de tarde estava com um ou com outro, agora com a vantagem de poder mimar o meu menino em casa, sem alarmes, sem enfermeiros, sem batas, sem cheiro a álcool desinfectante.
Quando ia ter com a Periquita, o Pimpolho ficava aos cuidados da minha mãe ou a minha sogra, foram sem duvida um pilar seguro, nesta travessia, sabia que ele estaria bem e em segurança, (nada melhor, do que avós babadas, para esta tarefa).

Em Coimbra, a Pimpolha continuava na UCI, passaram-se 10 dias e ainda não pude dar colo a minha menina, poderia ser doloroso para ela, diziam os enfermeiros.
A medicação que lhe é dada para manter o seu canal arterial aberto (é uma conexão entre a aorta e a artéria pulmonar, que em casos normais, depois do bebé nascer, fecha) para que o seu sangue vá buscar oxigénio aos pulmões, visto que a sua artéria pulmonar está fechada, tem imensos efeitos secundários.
O Prostin (ou Prostaglandina), que lhe é administrada por entra-venosa, dia e noite, ajuda a estabilizar a sua saturação, mas existe um senão, ela pode desenvolver artrose, na junções dos ossos, insuficiente renal e mais um bilião de outras coisas.
Então como não havia meio de saber se ela sentia ou não dor quando mexida, partias-se do principio que sim.

Um dia, uma enfermeira, perguntou-me se já tinha pegado nela, respondi que não, tinham explicado que podia aleija-la. Então, muito segura de si, a enfermeira, aproximou-se e disse que hoje era o dia, só tinha de ter muito cuidado para não me mexer com ela ao colo, como ela a pusesse nos meus braços. como tinha de ficar.
Assim foi..., parecia um ratito, toda embrulhada na manta para não ter frio, só se via a cabeça, abriu um olho, depois outro, mas deixou-se estar, não chorou, não reclamou. Eu, pelo contrario, chorei, as lágrimas caiam, uma após a outra, pude abraça-la, cheira-la até cantei para ela, o pai estava comigo nesse dia, com ajuda da enfermeira, ele também pode pega-la.
A emoção naquele quarto, era tal, que parecia que o tempo tinha parado, que só la estávamos os 3, ela agarrou-nos, ela sabia, que estávamos ali, por ela, para ela, até..., até ela não aguentar mais e sua saturação começou a baixar, o alarme fazia-se ouvir em toda parte, a enfermeira com muito cuidado colocou-a de novo no seu berço, ela acalmou, a saturação subiu.
Foi um dia marcante, mas soube, dentro de mim, que a nossa menina, sabia que ali estávamos, sabia, que lutava-mos por ela.
Os dias seguintes, pegava nela dia sim, dia não, nem que fosse só 2mn, para ela não se cansar ou sentir dor. Passava os dias a olhar para ela, relatava-lhe as travessuras do irmão, cantava, ajudava a dar o leite, a trocar a mini-fralda, que mesmo assim quase lhe servia de vestido. Fazia tudo aquilo que me era permitido.
O alarme da saturação, soava vezes sem conta, chegou a tempo, que já reconhecia quando era o seu alarme ou de outro bebé. Ela estava monitorizada, pela ala todo do UCI, onde quer que houvesse um ecrã,  os enfermeiros tinham, logo acesso aos seus valores, para poder acudi-la, o mais rapidamente possível, se fosse necessário.

Os médicos ainda não tinham conseguido ajustar a dose certa de Prostin, as oscilações da sua saturação indicava isso, mas também podia indicar que o seu organismo estava a criar uma habituação a medicação, que podia levar ao fecho do seu canal arterial e isso não podia acontecer.
Tudo era medido, contabilizado e contado, a quantidade de liquido ingerido (medicação inclusive), peso da urina (todas as fraldas eram pesadas), para evitar a todo custo que fizesse uma hipertensão, para ajudar a que só fica-se os líquidos necessários para o seu desenvolvimento, para isso fazia, também um diurético.
Isto tudo implicava, que o seu aumento de peso fosse sempre pequeno, em dias bons, metade do aumento dum bebé saudável.

Até, que houve um momento, em que ela quis baixar os braços, a minha Princesa devia estar cansada e deixou-se ir, a sua saturação desceu a pic, entra um batalhão de enfermeiros, médicos, com ecógrafas, com agulhas, com tudo...
Um dos médicos diz, para darem dose maiores de Prostin, ela demora a reagir, mas volta, era uma confusão, mas é isto que recordo. Lembro, que saíram cabisbaixo, tinham receio que ela não aguenta-se, que todo este esforço, o dela, o deles, fosse em vão.

Ela já tinha conquistado o coração do toda aquela equipa, agora ela, tinha de fazer a parte dela, lutar!
Juntas, expliquei, falei, mimei, ela tinha de lutar, ela tinha de conhecer a nossa casa, os tios, os avós, todos a queríamos muito ao nossa lado, agora filha, está nas tuas mãos, não desistes, nunca, tu és melhor que nós todos, tu és mais forte do que nós, do que eu, preciso de ti, je t'aime mon bébé, dizia-lhe eu.

E ela lutou!

*Continua

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Saber o certo, medo do incerto!!!

Sexta-feira passada, fomos há mais uma consulta de cardiologia da Princesa.
A consulta deveria ter sido só um Julho, mas telefonei a medica, pedi para adiantar a visita, expliquei os sintomas, respiração mais acelerada, transpiração, lábios, língua e unhas, mais roxas do que é habitual.
Ela, de inicio achou que poderia estar a exagerar, não a condeno, ela conhece-me, sabe que sou um pouco o ansiosa, hipocondríaco até com os meus Rebentos. Mas ela percebeu pela a minha voz que era mais o que isso, agendou uma visita num dia em que estava de plantão, assim poderia ver com calma a eco, sem pressas, sem mais meninos para atender em consulta externa. Para poder ver se os meus receios estavam certos, se JÁ era necessário novos procedimentos, para nova cirurgia.

Ao chegar, fomos ver o nível de saturação da Periquita, ela nunca pára quieta e por muito que já saiba e até já dá o dedo para por o sensor, sem ninguém lho pedir, é difícil fazer-lhe a medição. A primeira vez deu-nos um valor de 90%, o que seria óptimo, mas eu sabia que o valor era bem mais baixo.
A médica depois de olhar para ela, também achou muita fruta, mas iríamos confirmar melhor a situação com a eco.
Por muito que eles (médicos) me explicam onde está o quê, (porque sou mega curiosa e faço todo o tipo de perguntas e eles sempre responderam e explicaram, com imensa bondade), eu não consigo visualizar nada de concreto num ecocardiograma, mas uma coisa eu soube, antes de a medica dizer o que quer que fosse, a irrigação do sangue no tubo (Shunt), posto na primeira cirurgia da Periquita, já não se fazia ouvir tão bem, sei-o porque o som, era mais meloso, mais demorado.
A medica, fez aquilo que tinha a fazer, depois disse-nos, que o Shunt, (tal como eu previa)já estava a ficar pequeno e tortuoso, então a irrigação já não se fazia como deve ser. Ligou ao seu superior, explicou o que viu, decidiram.
Temos de voltar o mês que vem, fazer nova analise da situação e aí será decido quais os exames a serem feitos e o mais importante, qual das cirurgias possíveis, poderá ser feita, tendo sempre em conta, a VIDA da nossa filha.

Todos nós, (nós família e equipa medica), sabíamos que iria acontecer, era um facto, uma certeza, que este Shunt, iria ficar cada vez mais pequeno, enquanto ela, cresce ele, diminuiu a sua capacidade e deixa de ser suficiente para ela.
Sabíamos que não era uma solução definitiva, foi uma cirurgia paliativa, diziam eles há precisamente 18 meses e 18 dias, mas o importante é ela crescer para podermos saber com o que contar.

Agora estou de volta ao estado de ansiedade, com medo do que é certo, com medo de voltar a vê-la entrar por aquelas portas que davam ao corredor das salas de cirurgias, medo que nada disto seja suficiente, uma cirurgia é sempre uma cirurgia, onde tudo pode acontecer... .

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Festança?????

Há uns dias atrás escrevi sobre dormir, ou a falta que me faz.

Hoje chego ao trabalho e cá vai disto, o primeiro comentário da manhã, quando um amigo olha para mim:
"É la! Tens dormido?? É que tas com cara de quem foi a Kiay, (discoteca cá da zona), saiu de la as 6h da matina, ainda passas-te pelo café para beber umas bejecas e vieste directo pó trabalho!"

A minha resposta:
" Kiay são os meus filhos, as cervejas, são as horas e horas que devo a cama"

Ela ainda comentou comigo, que quando a mulher dele estava neste estado de, falat de sono, só com um filho, lhe disse, que gostava que lhe disse alguma coisa, que não fosse muito grave, só para estar no hospital, para dormir uns 3 ou 4 dias seguidos.

Como compreendo essas sensação, de querer fugir, so para podermos descansar sem qualquer preocupação!

Amo os meus filhos, mas preciso, não de tirar umas horas, mas sim, uns dias para dormir!


quinta-feira, 14 de maio de 2015

Mutação Corporal (a culpa disto tudo é da porcaria das hormonas!)

Não sei se aconteceu com você, mas hoje em dia, quando olho para o espelho, ainda não consigo identificar-me, vejo que estou ali, algures, mas parece estar como que perdida.
Nunca fui alta e espadaúda, nem louro de olho azuis, sou mesmo um protótipo nata português, de buço e tudo!

A adolescência veio..., e pardais ao ninho...., tinha de fazer algo ao terrível buço, para a minha própria sanidade mental, (sabemos como as crianças conseguem ser maldosas).
Portanto recorri ao lazer, o meu bom e fiel amigo, ao fim de 3/4 sessões, só se avistava uma ligeira penugem louro e feliz eu fiquei com o resultado obtido, o mundo girava bem melhor para mim!

Passado alguns anos, fiquei gravida, ah e tal no inicio foi um choque, depois agente habitua-se a ideia que são dois e a gravidez até que não foi má, até foi óptima, (tirando um percalço ali ou acolá).
As hormonas, foram extremamente simpáticas, durante o processo de gestação, não tinha desejos das 2h da matina, enjoas, um ou dois, sempre bem disposta, sem cansaço, melosa, chorosa (mas isso já sou de ginjeira) e o melhor de tudo, e digamos de passagem, a melhor fase da vida do meu Homem, a minha libido estava ao rubro, nem eu me reconhecia.

Pormenores sórdidos aparte, o que isto tudo tem em comum?? Bem, meus queridos(as), tem tudo!!!
Depois dos rebentos nascerem, as simpáticas e adoradas hormonas, pregaram-me umas rasteiras, hoje, depois de 21 meses de ter "parido", continuo desajustada!

É a escolha do freguês, temos:
um cabelo que antes era castanho claro, com tons natural de louro e cobre, agora..., agora é castanho escuro e sem vida! Para ajudar a festa, era um cabelo liso, pois! Por hora, nem é liso, nem encaracolado, ele parece ter ganho vida própria, e como não sabe o que fazer, nem é, nem deixa ser (estou sim, a falar do meu cabelo!).
Depois temos a minha cara, parece que continua inchada, da treta da retenção de líquidos. Sei que ainda falta uns 5 kg, para voltar ao peso antes de ser mãe, mas por favor!!!! isto não é do peso, parece que tentaram, em vão, dar umas talochas in my face e claro desistiram antes de acabarem o trabalho, ( faz-me lembrar que o nosso pais padece do mesmo).  
Para coroar, como que a cereja no topo do bolo, o buço voltou, após anos sem nem querer saber do seu paradeiro, IS BACK!!! E com toda a pujança!

Soluções,
tentei encontra-las, cortei o meu cabelo, para dar-me um novo alento, até fiz madeixa!! Achava eu que conseguiria rever-me, depois duma mudança radical.
Redondamente enganada, o meu cabelo continue a lutar para ter vida própria. O meu querido buço, vai ter que levar mais umas sessões de lazer, para voltar a sua insignificância e não vai deixar saudades.
Agora a minha cara, bem... vou ter que esperar, que quem teve a ideia de dar umas talochadas, volte e ponha tudo no sitio certo, porque a sério, preciso de me sentir EU outra vez!!

Hormonas, vocês morderem pela calada!!!! Espero não ter de voltar a nos encontrar outra vez!!!