Desajustada...

Há dias em que sinto que não pertenço onde estou, que nada faz sentido, que preciso romper as algemas que me prendem a esta vida sem sal!

Acho que se olhar para trás, nunca soube onde pertencia, onde saberia ser certo ter uma vida cheia de oportunidades, de alegrias, claro também teria tristeza, elas fazem parte da nossa aprendizagem, fazem parte dos levantares, para repartir para as conquistas.

Em adolescente, pensava que o país onde vivia tinha roubado o amor que os pais deveriam dar aos seus filhos, porque eram tempos difíceis para se viver em Portugal, mas um dia voltaremos para lá e seremos felizes contavam-me eles, sempre vivi em função dos seus contos...

Finalmente voltamos a terra natal, deixei a minha infância e parte da minha adolescência para trás, deixei correr como o rio corre para o mar, onde pensava encontrar a imensidão do prometido, duma vida com liberdade e repleta de oportunidades.

Mas senti-me desajustada, o viver da nossa juventude, era totalmente diferente dos ensinamentos da terra que não era minha, que me tinha sido emprestada por 15 longos anos e que senti ser muito mais minha do que a terra natal.
Ajustei-me, não podia desiludir os contos, tinha de ajustar-me, então vivi mais do que pensei que fosse possível, fiz o que todos faziam, o rio deixou de correr para o mar, seguia por atalhos, atalhos alheios.

Os amigos, que não o eram, encontraram em silencio o caminho de volta ao mar, aos poucos o meu rio foi secando, desorientado, ávido por retroceder caminho, mas o rio, caminha sempre em frente, sem excepção.

Caminhei, encontrei o que podia fazer-me feliz, a sede por Amor era tão intensa, tão desajustada, que por la fiquei, e juntos o rio ficou mais forte, juntos iríamos reencontrar o mar!

A vida é matreira, as alegrias vieram, bem como grandes tristezas, o levantar ainda se faz a cada dia que passa, mas o rio continua a querer retroceder caminho, anda inquieto, turvo!

Se nele não houvesse duas belas afluentes, ele revertia, o meu rio faria todo o seu caminho de volta, para encontrar o seu verdadeiro ponto de partida, um dia...., irei voltar a encontrar o mar.

Ou eu não viveria numa das cidades onde o rio corre ao contrario...

Lembrança de grávida!

Precisamente há 3 anos atrás, publiquei este estado no meu Facebook:

"Não é hábito meu, mas hoje fui ao café e pedi um cafézito e um pastel de nata, bem soube as mil maravilhass!!
Que bem q me soube :) :)"

O Facebook, fez-me recordar este momento, que não é de todo hábito meu, mas naquele dia, sem saber o porquê, fazia sentido beber um café e comer um pastel de nata logo pela manhã.

Mal sabia, que já estavam dois pontinhos a crescer em silencio dentro de mim!!!!
Se foi coincidência? Pode ter sido, mas gosto de pensar que já eram eles a sobrepôr as suas vontades as minhas!

Obrigado facebook por este lembrança, o meu dia ficou mais colorido ;)

Traquinices!!!!

Na segunda-feira passada, tive um momento de "mãe esconde o riso!"

Estava na cozinha, preparação de jantar, a azáfamas do dia-a-dia, os Pimpolhos na sala, supostamente sentados nos respectivos puf''s, enquanto viam um desenho animado, A Casa da Magia.

Eles ja viram este desenho animado, sem mentir, uma 159 965 vezes, mas continuam a adorarem ver todos aqueles animais a correr dum lado para o outro , a euforia começa logo nos primeiros segundos do filmes, até já os apanhei a dizer uma ou outra fala do gato Trovão, 

Portanto sabia que estariam sossegados até acabar o jantar, ouvia uma exclamação ou outra, mas sabia que estava tudo relacionado com as personagem do filme.

O meu Homem chega a casa, dirigi-se a sala..., volta para trás..., chama-me:

- ja viste como estão os meninos?

- Não, porquê?

Entro pé ante pé, e eis a disposição dos meus Pirralhitos: 

O Príncipe, sentado em cima dum banco, pernas esticados, com os pé em cima do móvel da televisão, 

A Princesa, sentada sim no seu puf, mas bem a frente da televisão e claro bem junta ao mano.

Confesso que me deu uma vontade enorme de rir, eles nem deram por nós, estavam tão absorvidos pelo filme, eles sabem que não os queremos "em cima" da televisão, tanto que dispomos sempre os puf's para esse efeito.

Tive que engolir o meu riso, e perguntar o que estavam a fazer tão perto da televisão e se eram maneiras de se estar com os pé em cima do móvel, com ar tristonho pedir desculpas.

Não ralhei com eles, falei, expliquei o que estavam a fazer de errado, porque verdade seja dita, que eles estavam cá com uma pinta, se estavam!!!!

Que seja um bom 2016!!

Não sei se um dia vou conseguir expor em palavras, aquilo que sinto quando olho para eles.

Cada vez mais crescidos, mais desenrascados, com muitas mais manhas, mais vocabulário.

Olho para eles vejo a cumplicidade que têem, ainda que já se consigam fazerem entender, também querem fazer frases feitas, que quando as ouvimos, não as conseguimos perceber, por as terem dito tão depressa, mas com imensa convicção e sentido.
Depois rimo-nos, por ver, vez um, vez outro, responder com a mesma convicção e sentido aquilo que o irmão/irmã acabou de dizer, eles entendem-se, eles amam-se e nós a eles como nunca podíamos imaginar.

Ele crescem a olhos vistos, orgulho-me disso, fico chateado comigo própria por não tirar fotos ou fazer videos suficientes, porque não tenho jeito para conseguir ter aquele momento ou aquele jeito,
fica sempre tudo desfocado.
Resta-me absorve-los com os olhos, gravar na minha memoria aquele riso, aquele olhar, aquela brincadeira, aquela conquista!

Sou mãe de dois fantásticos seres, que vieram alegrar a nossa vida!

Que este ano não seja pior que o passado, se puder, queria que fosse muito melhor, com mais oportunidades, é disse que a nossa vida tem tido em falta.

Oportunidade de sermos ainda mais felizes!!

Feliz 2016 para todos e que venha também cheio de oportunidades para nós todos :)