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quinta-feira, 11 de junho de 2015

"No Tempo das Cesarianas" - Repostagem SIC

Vi a reportagem, não sei se gostei!

Vejo e revejo comentários sobre esta reportagem, todos aplaudem, todos adorem.
Bem, uma coisa está mais que certa e sabida, é um negocio, um bastante lucrativo, isso não restam dúvidas.
Sim a reportagem é bastante esclarecedora, relata o prós e os contras das cesarianas, (mais os contras, na minha opinião), mostra a discrepância entre hospitais e no meu ponto de vista, focam-se na negatividade desse "acto" e inclusive sobre a escolha que é dada as gravidas.

Claramente, no meu ver, esta reportagem foi para dar um abanão a quem pensa na possibilidade de escolher uma cesariana, não havendo, de ponto visto médico, indicação para tal.
Não censuro quem opta ou não por esse procedimentos, longe de mim, o que me fez comichão, foi a maneira como mostram os aspectos negativos desse procedimentos.

A reportagem generaliza, sim, mas para mim, que não tive escolha, que os médicos as 32 semanas, não tentaram prolongar a estadia dos meu filhos dentro da minha barriga, porque tinham a certeza que era imperativo eles saírem, porque estavam mais seguros, cá fora, do que no meu ventre, ouvir a Investigadora Conceição Calhau, (sempre a nível geral), que um bebé que nasce de cesariana "tem mais probabilidades de Cólica, Diarreias, Risco de Obesidade, Diabetes tipo II ou até Perturbações de saúde Mental", faz que hoje as minhas certezas, passam a duvidas num ápice.
Não bastava a cardiopatia da minha menina, que agora posso ter de me preocupar também com Diabetes, Riscos de obesidade ou mesmo Perturbações mentais????

Não haverá, nesta reportagem, uma carga negative extrema??
Sem se preocupar na carga emocional que possa causar todas estas percentagens e estatísticas, que seja, ora para a mãe, ora para o recém-nascidos??
Mas afinal, a cesariana, é ou não é para salvar vidas?

Sim, eu sei, é a nível geral, cada caso é um caso, não podemos expor todos os casos existentes, e pardais ou ninho....
Verdade, mas como apresentaram vários casos de gravidas saudáveis, em que nenhum dos bebés corria perigo, além de estar em posição pélvica, podiam, ao meu ver, ter apresentado o testemunho duma gravida, que não pôde ter escolha, pois o seu filho estava em risco de vida, porque é para isso que servem as cesarianas, salvar vidas, NÃO?!

Eu fiz uma cesariana, não, não era o que queria, mesmo sabendo que eram dois, sonhei com um parto normal, onde o meu marido estivesse ao meu lado, onde iria, com certeza, dizer todas as barbaridades do mundo, onde queria ter visto os meus filhos, queria que eles me tivessem cheirado..., sentido....

Isto não aconteceu da forma que sonhei e esta reportagem encheu o meu coração de medos e de duvidas!

2 comentários:

  1. Só para te deixar um apontamento, que é a minha visão... tudo o que foi dito nesta reportagem era relativo a bébes de termo, gravidez sem risco, etc. A questão era comparar nas mesmas circunstâncias dados de nascimentos por cesariana ou por parto normal e as consequências disso!
    A prematuridade ou os partos de risco e e tudo o que pode envolver (gravidez, parto , desenvolvimento) é sempre tema tratado à parte porque aí sim, cada decisão é única e só pode ser tomada naquela hora por quem sabe!
    Os meus são prematuros de parto expontaneo... um dia nasceram, depois de 9 semanas de cama a adiar o mais possível o parto! Tivemos que viver com tudo o que são os medos e anseios da prematuridade, e mesmo agora com 8 anos e com um desenvolvimento normal sabemos que há marcas... não são estruturantes, mas estão lá e um dia podem revelar-se! P.ex. no ballet há uma atenção particular para que não se ponham em pontas porque os prematuros têm tendência a ter o tendão de aquiles curto; quando tiveram os seus 13/14 anos esta restrição poderá atenuar... mas são estas coisas simples que ainda assim nos vão balizando as rotinas! Já par anão falar da quantidade de consultas e especialidades a que de vez em quando vamos porque surge mais uma duvida, mesmo quando tudo parece normal!
    Não estás sozinha nestes "traumas" e "medos"... uns dão mais atenção, outros menos; alguns pais assumem e falam, muitos escondem pensando que dessa forma as sequelas não existem! É um erro! É preciso conscencializar que "somos" um pouco diferentes... e com isto já fugi do tema!
    Abraço.

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    1. Obrigada Lena, sim é verdade somos um pouco diferentes e se calhar por causa disso não vi a essência da reportagem. Por ter medo que haja mais mazelas, mais sequelas!
      E sim, percebo muito bem essas idas e vindas as consultas de especialidade vezes sem conta para ter-mos certeza que está tudo bem!
      Agradeço muito pelo teu testemunho, é bom perceber que estes "medos" não são só meus :)

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