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quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Oh pá... Um orgulho!!

Terça-feira foi dia de dentista com o Pequerrucho, como já aqui contei, numa brincadeira na creche, ficou sem um bocadinho do dente da frente.

Foi um processo bastante demorado, desde Junho deste ano que mês sim, mês não íamos ao dentista para primeiro ver se estava tudo bem com o dentinho e segundo para ele se ambientar ao espaço, aos dentistas, as ferramentas.
A dentista foi um amor de pessoa, amável que nem um doce e com imensa paciência, ela já me tinha informado que o procedimento de reconstituição era rápido, mas que ele tinha que colaborar, portanto nada melhor que fazer o reconhecimento do sitio para que tudo corra pelo melhor.
A cada ida, o a vontade do meu menino expandia-se, senti que estávamos no caminho certo, na penúltima ida ao consultório até pediu um balão também para a mana.

Chegou o dia, andei a manhã toda nervosa, com medo que ele não deixa-se que se fizesse a reconstrução, com medo que estivesse num dia não e seria birra pela certa, que se assusta-se com as mão na boca, enfim....
Quando o fui buscar a Creche, disse que iamos ao dentista mostrar outra vez os dentos e ele respondeu-me com um SIM muito convicto e com um sorriso enorme, fiquei um pouco aliviada, mas também intrigada, será que no alto dos seus 2 anos, entendeu realmente para onde íamos?
Chegamos, disse-lhe que iríamos ver os dentes e reparar aquele que estava partida, aí ele diz-me que não, "não queru", dizia-me ele, aos poucos, com paciência expliquei que seria rápido e quase igual a lavar os dentes e entramos no consultório.

A dentista, fez logo um balão com as luvas, ela sabe que ele adora e claro ele ficou logo muito feliz, depois no meu colo a dentista e colega, procederam a tentativa de reconstrução.

Bem... ele foi super crido, pediam para ele abrir a boca de leão e ele abria, pediam para segurar no espelho e ele segurava.
As tantas, la acho que havia muitas mãos na boca dele e levantou-se, pensei, pronto é desta que desata a chorar e que diz que quer ir embora, MAS NÃO, pedi para ele se deitar novamente no meu colo, aceitou e la continuamos.
Aconteceu mais 2 vezes e desses outras vezes voltou, sem sobressalto, a deitar e a abrir a boca quando pedido, até que ele se cansa de ter a boca aberta por tempo indeterminado e decide fecha-la, o pormenor é que a dentista só deu conta quando ele já estava a morde-la!!!

Oh pá foi sem querer e ainda nos rimos da situação e o meu Príncipe portou-se muito bem mesmo, foi um crescido, a reconstituição correu lindamente, a dentista deu-lhe "uma medalha" autocolante para colocar no casaco, como tinha sido o maior e claro pediu outro balão para a mana.

E eu sou uma mãe babadíssima, super orgulhosa, por tudo ter corrida no sossego e na tranquilidade
 



heart emoticon




 

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Turbilhão de acontecimentos, emoções e finalmente... o Sossego #1

Tenho estado ausente,
ausente, de todos, 
ausente de mim, até!
Tudo aconteceu num piscar de olhos, sucessões de acontecimentos, já previstos, desenrolarem-se numa velocidade igualável a velocidade da luz!

A nossa Pequenina, fez os exames precisos para saber-mos em que ponto estávamos, como expliquei, havia incertezas de como estavam realmente o ramo esquerdo da artéria pulmonar e para poder avençar na direcção certa, era preciso fazer um cateterismo, ( colocar uma sonda na artéria femoral, para "visualizar" os caminhos que chegam ao coração), que pudesse assim responder as perguntas com a verdade.
O exame foi feito, o receio, o medo esteve sempre presente, como iria reagir à mais uma anestesia geral, qual seria o resultado final do exame, tudo era questionada, tudo era posto em causa! 
Os "tios", (são os pediatras cardiologistas, que a acompanham desde o inicio, uma equipa cheia de anjos da guarda), da Pequena saem finalmente da sala, e antes de tudo, dizem em voz alta:

- Está tudo bem! O ramo está bem, cresceu uniformemente! (choro, risos e abraços sucederam-se após estas poucas, mas preciosas palavras)

Enquanto esperávamos, para poder vê-la, choramos copiosamente de felicidade, abraçado um ao outro, afinal, havia luz neste caminho tortuoso! 

Foram encaminhados todos resultados ao cirurgião, verificou-se que ainda era pequenina para tentarem uma cirurgia correctiva e definitiva, foi então decidido uma nova cirurgia paliativa, novo Shunt, desta vez do lado direito. Brevemente iria ser chamada para nova intervenção.

A cada chamada recebida, o meu coração cavalgava até ver o visor do telemóvel, ainda não era hoje que tinha sido chamada para cirurgia, esta espera, o não saber a data exacta, estava a dar comigo em doida!

A Princesa estava cada vez mais roxa, mas sempre bem disposta, com energia de sobra, por muito que lhe pedisse-mos para descansar, não havia quem a fizesse parar.
Nos primeiros dias de Setembro, achei ainda mais cianosada, mas também achei que era a ansiedade a falar por mim, que ja andava a ver coisas onde elas não existiam. A educador da Pimpolha liga, diz, que ela não tem febre, mas que recusou comer e que a acha mais roxa/azul, do que é habitual, o meu alarme interior gritou, devia ter confiando no meu julgamento!
Liguei para o Pediátrico, consegui falar com a cardiologia, por via das duvidas aconselharam ida as urgências para ser avaliada, nem tempo tive de me despedir do meu Menino de ouro, foi agarrar na Pimpolha e cá vamos nós direcção Coimbra - Hospital Pediátrico.    

Fomos chamadas, mal entramos e mediram logo a saturação, o aparelho marcava 73/75%, fiquei em pânico, fizeram-me imensas perguntas:
febre? não; Constipada? só uma ranhoca, Prostrada? definitivamente não, mais mexida do que uma enguia, Tosse? não, só houve hoje uma recusa para almoçar, nada mais, disse eu. 
Nenhuma das resposta fazia sentido, puseram-na a oxigénio, fomos fazer nova ecocardiograma, tudo estava estável, sem nenhuma alteração significativa.
Até que no meio de embalos e brincadeira, vejo um dos ouvidos completamente cheio de sujidade, na minha mente fez-se luz, era uma otite e tinha rebentado a muito pouco tempo! Chamei a médica, viu e comentou que não percebe como nem um pico de febre ela teve. Ficamos internados para ver a evolução da sua saturação, com umas gotas para os ouvidos.

A Princesa continuava a precisar de oxigénio, este episódio, enfraqueceu-a, não havia volta a dar, ela dali só sairia para ser operada.  

Bordel de merde!!!!

Muitos escreveram sobre a Tragédia, muitos opinam sobre os refugiados e o porquê da sua fuga,  outros acham só e simplesmente que a culpa é da religião e que Eles, os Terroristas, não vêem que todos falemos do mesmo "Deus", só lhe damos um nome diferente.

Bem, eu..., bem..., realmente não sei o que dizer, a barbaridade dos actos cometidos na passada sexta-feia 13, foi trágica e desumana, sinto pelos que sofrem, sinto pelo o país que vive agora num clima de medo.
Um medo que chega aos meus ossos e os gelam, pois também receio do futuro, que está cada vez mais sombrio, sinto que ninguém está a salvo, ninguém está, de facto, em segurança.

Mas aquilo que me trás as palavras, é o facto de tudo isto girar a volta de " Deus", um deus que nos deu, o Livre Árbitro e é por isso, segundo as linhas escritas em folhas de "Papyrus", que não intervém nas nossa decisões, sejam elas de extrema bondade ou duma inimaginável maldade.
Este deus que permite a pedofilia,
o incesto,
o assassinato,
a fome,
a guerra,
crianças que nascem sem saúde,
crianças/adultos escravizados,
e muitas outros males no mundo, isto tudo por contado do "Livre Árbitro".

Se a Religião, seja ela qual for, trás miséria, mortes, hipocrisia, guerra, não seria um mundo melhor se não existisse Deus?!
Não quero ofender a crença duns e dos outros, longe de mim tal coisa, mas não seria de todo benéfico ninguém matar ou morrer em nome de algo que não se prenuncia!
Se Ele realmente existe, como consegue olhar para a sua criação sem tomar um decisão, sem agir, para que haja paz e harmonia na humanidade?!
A vida é demasiada curta, ninguém deveria sofrer a dor da perda imposta por terceiros!

Donc, BORDEL DE MERDE,

Arretez de vous Batres, faite l'Amour, pas la Guerre!!!


terça-feira, 17 de novembro de 2015

Hoje é O dia!!

Hoje é O dia, entrou pela porta da frente da nossa casa para nunca mais sair ... A Prematuridade! 

Nós, Pais de Prematuros, sabemos dar o valor certo as palavras, Esperança, Tristeza, Luta, Alegria, Medo e Fé. 
Não que estejas a menosprezar quem nunca evidenciou uma situação igual, NÃO, o facto é que ninguém deveria saber o que é a prematuridade, essa é a verdade! 

Mas para quem a tem, para quem a viu, a sentiu, sabe que os nossos filhos podem ter, meses, 1, 5, 10,18 ou até 30 anos, serão sempre bebés que foram "um dia" prematuros, lutaram pelo direito a vida, porque quem teve a trabalheira toda, foram Eles, no meio duma incubadores, tubos, mascaras, fios e mais fios, os nossos Bebés de pouco mais dum quilo de arroz e até muito menos, lutaram!
E hoje, todos eles estão de Parabéns, aqueles que como os meus Pimpolhos estão crescidos e reguilas, outros, que hoje continuam a luta para vencer essa guerra e os ANJOS, que não conseguiram vencer a batalha, por se ter tornado demasiado difícil..., doloroso..., mas tentaram até ao ultimo dia.


PARABÉNS A TODOS NÓS, AOS NOSSOS BEBÉS E A TODOS MÉDICOS E ENFERMEIROS QUE ACOMPANHARAM TODO O PERCURSO, PORQUE SEM ELES NADA DISTO SERIA POSSÍVEL


 


heart emoticon