Páginas

quarta-feira, 9 de julho de 2014

De volta ao passado#9 O meu Mundo mudou para sempre - Parte 1

Parte 1          Parte 6                 
Parte 2          Parte 7                   
Parte 3          Parte 8                   
Parte 4                        
Parte 5   

Quarta-feira dia 7 de Agosto 2013

Eco. das 32 semanas e primeiro registo, no hospital.

La vou eu a eco. no hospital, o meu Homem não veio comigo, Grrr, gostava que ele pudesse estar sempre presente nestas consultas, mas como marcaram para de manhãzinha, ele tinha mesmo que ir trabalhar, sim porque o dinheiro, não é coisa que abunda cá para os nossos lados, portanto paciência.
A enfermeira chama-me e explica-me que antes da eco. iria fazer o registo, explicou-me o procedimento, deitada de lado, colocou uns sensor pela barriga, esses sensores consistem em localizar os corações dos bebes, depois de localizados, os sensores são imobilizados com umas cintas, por fim deram-me um comando para a mão e quando senti-se os bebes a mexer tinha de carregar no botão, assim conseguem monitorizar os movimentos fetais, como também registar se já existe contracções e fazem o registo do CTG deles, é um 3 em 1.

Bem, apertaram tão bem a minha barriga, que os meus Pimpolhos ficaram incomodadas, por isso, parecia uma louca a carregar no botão de tanto que eles se mexiam, a cada carregade-las o monitor emitiam um som, portanto quase que parecia que estava em plena Guerra das Estralas numa luta com o Darth Vader.
Ao fim duma boa meia hora, retiraram-me todo aquele aparelhado e os meus filhos agradeceram e eu também, confesso. A enfermeira, encaminhou-me então, para a ecografia, não era a mesma médica da ultima vez que vim ao hospital, mas também era de pouca palavras.
Sei que estava a perguntar algo, quando ela me pede para ficar em silencio, tinha o cenho franzido, muito atenta ao monitor, percorreu toda a minha barriga com o "joystick", eu, já estava a ficar com suores frios, a cabeça a mil, a expressão dela não era reconfortante, algo se estava a passar e não era nada de bom, Raios!!! mas o que é que se está passar??!!!, estava com muito receio de perguntar, estivemos ambas em silencio algum tempo, até que me manda levantar e explica:

- Os teus bebés, estão a ficar com muito pouco liquido amniótico, e o bebé surpresa está com o peso um pouco inferior ao menino, isto quer dizer, que o teu menino está a "roubar-lhe comida", por isso não podemos adiar mais, vou dar-te ordem de internamente, os teu filhos vão ter que nascer.

O meu mundo caiu..., não sabia o que dizer..., o que perguntar..., estava feita estátua em frente a medica, consegui perguntar se eles corriam risco de vida, porque ainda era muito cedo para eles nascerem, a medica disse simplesmente, que estar dentro da minha barriga, era mais perigoso que estar cá fora, eles podem engordar na incubadora, não haveria qualquer problema, são coisas que acontecem muitas vezes, desde que sejam saudáveis, não há com que se preocupar.

Como é que a minha barriga, que deveria ser o lugar mais seguro ao de cima da terra, o lugar onde nada os poderia atingir, estava a por em risco a vida dos meu FILHOS!!! EU é que estava a prejudicar os meus Rebentos!!!! 

Nisto, aceitei, não sei bem explicar, sei que de repente, a lógica sobrepôs-se a razão, ao coração, pergunto, o que tinha de fazer, porque ainda não andava com as malas no carro, (supostamente ainda era muito cedo), a médica disse que se não tinha ninguém que as pudesse trazer, que dava indicações para eu poder ir a casa, mas tinha de voltar o quanto antes, à minha chegada era só ir ter com determinada enfermeira para me encaminhar. Ela ainda tinha de se reunir com outros colegas, para analisarem o meu caso e depois iriam informar-me quais os procedimentos que iriam efectuar.

Tive mesmo que ir a casa, já tinha começado a fazer as malas, mas ainda faltava colocar umas coisas, que graças a Deus, já tinha separado em montinhos para colocar na mala. Quando saí do hospital, liguei ao meu Homem, aí...., bem aí, ao telefone, desabei..., chorei e entre soluços contei o que se passava, calmamente, disse-me para antes de mais, acalmar-me, para fazer o que tinha de fazer, ele, logo que consegui-se falar com o patrão, iria ter comigo onde eu estivesse.
E mais uma vez, não sei como, a lógica sobrepôs-se aos meus sentimentos, desliguei o telefone, enxuguei as lágrimas e fui à casa buscar as malas.


Continua...







Sem comentários:

Enviar um comentário