ausente, de todos,
ausente de mim, até!
Tudo aconteceu num piscar de olhos, sucessões de acontecimentos, já previstos, desenrolarem-se numa velocidade igualável a velocidade da luz!
A nossa Pequenina, fez os exames precisos para saber-mos em que ponto estávamos, como expliquei, havia incertezas de como estavam realmente o ramo esquerdo da artéria pulmonar e para poder avençar na direcção certa, era preciso fazer um cateterismo, ( colocar uma sonda na artéria femoral, para "visualizar" os caminhos que chegam ao coração), que pudesse assim responder as perguntas com a verdade.
O exame foi feito, o receio, o medo esteve sempre presente, como iria reagir à mais uma anestesia geral, qual seria o resultado final do exame, tudo era questionada, tudo era posto em causa!
Os "tios", (são os pediatras cardiologistas, que a acompanham desde o inicio, uma equipa cheia de anjos da guarda), da Pequena saem finalmente da sala, e antes de tudo, dizem em voz alta:
- Está tudo bem! O ramo está bem, cresceu uniformemente! (choro, risos e abraços sucederam-se após estas poucas, mas preciosas palavras)
Enquanto esperávamos, para poder vê-la, choramos copiosamente de felicidade, abraçado um ao outro, afinal, havia luz neste caminho tortuoso!
Foram encaminhados todos resultados ao cirurgião, verificou-se que ainda era pequenina para tentarem uma cirurgia correctiva e definitiva, foi então decidido uma nova cirurgia paliativa, novo Shunt, desta vez do lado direito. Brevemente iria ser chamada para nova intervenção.
A cada chamada recebida, o meu coração cavalgava até ver o visor do telemóvel, ainda não era hoje que tinha sido chamada para cirurgia, esta espera, o não saber a data exacta, estava a dar comigo em doida!
A Princesa estava cada vez mais roxa, mas sempre bem disposta, com energia de sobra, por muito que lhe pedisse-mos para descansar, não havia quem a fizesse parar.
Nos primeiros dias de Setembro, achei ainda mais cianosada, mas também achei que era a ansiedade a falar por mim, que ja andava a ver coisas onde elas não existiam. A educador da Pimpolha liga, diz, que ela não tem febre, mas que recusou comer e que a acha mais roxa/azul, do que é habitual, o meu alarme interior gritou, devia ter confiando no meu julgamento!
Liguei para o Pediátrico, consegui falar com a cardiologia, por via das duvidas aconselharam ida as urgências para ser avaliada, nem tempo tive de me despedir do meu Menino de ouro, foi agarrar na Pimpolha e cá vamos nós direcção Coimbra - Hospital Pediátrico.
Fomos chamadas, mal entramos e mediram logo a saturação, o aparelho marcava 73/75%, fiquei em pânico, fizeram-me imensas perguntas:
febre? não; Constipada? só uma ranhoca, Prostrada? definitivamente não, mais mexida do que uma enguia, Tosse? não, só houve hoje uma recusa para almoçar, nada mais, disse eu.
Nenhuma das resposta fazia sentido, puseram-na a oxigénio, fomos fazer nova ecocardiograma, tudo estava estável, sem nenhuma alteração significativa.
Até que no meio de embalos e brincadeira, vejo um dos ouvidos completamente cheio de sujidade, na minha mente fez-se luz, era uma otite e tinha rebentado a muito pouco tempo! Chamei a médica, viu e comentou que não percebe como nem um pico de febre ela teve. Ficamos internados para ver a evolução da sua saturação, com umas gotas para os ouvidos.
A Princesa continuava a precisar de oxigénio, este episódio, enfraqueceu-a, não havia volta a dar, ela dali só sairia para ser operada.
Até que no meio de embalos e brincadeira, vejo um dos ouvidos completamente cheio de sujidade, na minha mente fez-se luz, era uma otite e tinha rebentado a muito pouco tempo! Chamei a médica, viu e comentou que não percebe como nem um pico de febre ela teve. Ficamos internados para ver a evolução da sua saturação, com umas gotas para os ouvidos.
A Princesa continuava a precisar de oxigénio, este episódio, enfraqueceu-a, não havia volta a dar, ela dali só sairia para ser operada.
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