Sexta-feira passada, fomos há mais uma consulta de cardiologia da Princesa.
A consulta deveria ter sido só um Julho, mas telefonei a medica, pedi para adiantar a visita, expliquei os sintomas, respiração mais acelerada, transpiração, lábios, língua e unhas, mais roxas do que é habitual.
Ela, de inicio achou que poderia estar a exagerar, não a condeno, ela conhece-me, sabe que sou um pouco o ansiosa, hipocondríaco até com os meus Rebentos. Mas ela percebeu pela a minha voz que era mais o que isso, agendou uma visita num dia em que estava de plantão, assim poderia ver com calma a eco, sem pressas, sem mais meninos para atender em consulta externa. Para poder ver se os meus receios estavam certos, se JÁ era necessário novos procedimentos, para nova cirurgia.
Ao chegar, fomos ver o nível de saturação da Periquita, ela nunca pára quieta e por muito que já saiba e até já dá o dedo para por o sensor, sem ninguém lho pedir, é difícil fazer-lhe a medição. A primeira vez deu-nos um valor de 90%, o que seria óptimo, mas eu sabia que o valor era bem mais baixo.
A médica depois de olhar para ela, também achou muita fruta, mas iríamos confirmar melhor a situação com a eco.
Por muito que eles (médicos) me explicam onde está o quê, (porque sou mega curiosa e faço todo o tipo de perguntas e eles sempre responderam e explicaram, com imensa bondade), eu não consigo visualizar nada de concreto num ecocardiograma, mas uma coisa eu soube, antes de a medica dizer o que quer que fosse, a irrigação do sangue no tubo (Shunt), posto na primeira cirurgia da Periquita, já não se fazia ouvir tão bem, sei-o porque o som, era mais meloso, mais demorado.
A medica, fez aquilo que tinha a fazer, depois disse-nos, que o Shunt, (tal como eu previa), já estava a ficar pequeno e tortuoso, então a irrigação já não se fazia como deve ser. Ligou ao seu superior, explicou o que viu, decidiram.
Temos de voltar o mês que vem, fazer nova analise da situação e aí será decido quais os exames a serem feitos e o mais importante, qual das cirurgias possíveis, poderá ser feita, tendo sempre em conta, a VIDA da nossa filha.
Todos nós, (nós família e equipa medica), sabíamos que iria acontecer, era um facto, uma certeza, que este Shunt, iria ficar cada vez mais pequeno, enquanto ela, cresce ele, diminuiu a sua capacidade e deixa de ser suficiente para ela.
Sabíamos que não era uma solução definitiva, foi uma cirurgia paliativa, diziam eles há precisamente 18 meses e 18 dias, mas o importante é ela crescer para podermos saber com o que contar.
Agora estou de volta ao estado de ansiedade, com medo do que é certo, com medo de voltar a vê-la entrar por aquelas portas que davam ao corredor das salas de cirurgias, medo que nada disto seja suficiente, uma cirurgia é sempre uma cirurgia, onde tudo pode acontecer... .
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