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sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Agulha/Aiguille/Needle

De todas situações nestes mundo de ser mãe, já há 27 meses, (como assim já passaram 27 meses????), existe algo que nunca me vou habituar, as agulhas!!!

Como mãe de prematuros, como mãe duma menina com uma cardiopatia complexa, as agulhas estão sempre presente, neste meu mundo o proverbio popular adequado seria, encontra a palha no agulheiro. 

A primeira vez que vi o trabalho duma agulho nos meus meninos, foi no meu Pimpolho, tinha de ser feito o teste do Pezinho, eu não sabia como se procedia, são os meus primeiros filhos, tudo era novidade. 
Ele pequenino, indefeso, na sua caixinha de vidro, com o "esparguete" em riste no nariz adentro, a enfermeira calças as luvas, passa-as pelos bucais e vai a procura duma mãozinha, eu achava que o teste se fazia no pé e a enfermeira explicou, que dado a prematuridade, teria de ser feito no punho.
Quero poder protege-lo, mas só posso ver através da barreira do vidro que nos separa, a enfermeira faz o que tem a fazer, pica-o no sitio devido, colocando as gotas de sangue no papel para enviar para analise.
Durante este processo, o meu menino, ja valente, não chorou, não ripostou, deixou que fosse feito o que tinha de ser feito, em contrapartida, eu que estava do lado de fora das suas barreiras, mal a agulho entrou pela sua pele, as lágrimas caíram, fiquei estática a ver todo processo, a enfermeira ao ver o meu estado, tentou reconfortar-me dizendo que o trabalho das agulhas, seja ele qual for, por vezes, doí muito mais aos pais, que aos próprio filhos. 
O que sei, é que doeu-me...

Isto para dizer, que depois desta primeira vez, tive de assistir a outras centenas delas, vacinas, cateteres, colheitas, técnicas da porcalhota, e afins.

Terça- feira, foi dia de vacina para a Pimpolha, Vacina contra a Gripe e a Pneumo23, sinto que já se encontra cansada dos ambientes de bata branca, ela já não reage tão bem, mais que compreensível, tanto aconteceu desde agosto para cá.
E mais uma vez vi o trabalho que as agulhas laboram, agora posso dar colo, agora posso acalmar, agora posso dizer que vai ficar tudo bem, MAS o que mais me doí, o que mais despedaça o me coração é que AGORA, tenho de conté-la, tenho de impedir que ela se move ou que faça um movimento brusco, antes de poder dar-lhe AMOR, tenho que ser firme ao conter os seus movimentos.
Antes de tudo, peço desculpa, peço para entender que ela não poderia mexer-se, mas nada que lhe diga, me dá conforto.

Não deveríamos ter de fazer isso para administração do que quer que seja, os profissionais de saúde querem a nossa ajuda, entendo e compreendo, mas nós como pais, não deveria-mos ter de passar por esse agonia.  


  

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