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A
recta final do meu projecto pessoal, aproxima-se, este “De volta
ao passado”, tem-me ajudado muito, poder exprimir por palavras
o turbilhão de acontecimentos e de sentimentos, de pouco mais de 3
meses, os 3 primeiros meses de vida dos meu Filhos.
Esta
caminhada tem sido libertadora, difícil de recordar, sem dúvida, mas
alivia um pouco mais a dor dum futuro incerto.
Hoje
quero recordar momentos, nunca soube muito onde encaixa-los nos
relatos anteriores e antes de escrever sobre a cirurgia da minha
Pequerrucha, quero pôr por palavras os momentos menos bons,
porque existiram e feriram-me e os momentos que eram pura felicidade,
porque todos eles fazem parte da nossa história.
- Quando pus os olhos pela primeiras vez, em cima de dois ser tão pequeninos!
Eu
não sabia o que era ser mãe, tinha duvidas se iria ser uma mãe
competente, morria de medo de não saber cuidar deles, ainda por cima
vieram ao pare! Achava que não conseguiria dar atenção nem a um
nem a outro, que não saberia lidar com os choros duplos, com a
alimentação. Todos diziam, “ pões
a mamar os dois ao mesmo tempo, um em cada mama”, para
ser sincera essa ideia nunca me cativou e louvo quem o consegue
fazer, mas eu achava que não daria a atenção, mimo suficiente nem
a um nem a outro.
Mas eles, eles eram lindos, quando olhei para eles, tudo
se iluminou, não eram enrugados, uma pele limpa, não tinham
sobrancelhas nem pestanas, as unhas eram uma pele finíssima, pelinho
pelo corpo todo, descobri que o meu menino, tinha, (e ainda hoje
tem), um buraquinho acima da cada orelha, é verdade, tudo era
ENORME para eles.
A partir desse momento, uma luz no meu coração
acendeu-se.
- Poder alimenta-los, mesmo que por sonda.
- Os cocós e os xixis!
Só as mãe para se alegrarem com estas duas palavras,
então mães de prematuras, muito mais ainda. Cada xixi, que no caso
da Princesa eram quantificados, cada cocó, era uma vitoria.
Fazerem as necessidades por eles próprios, indicava que
o organismo estava a reagir muito bem, que estava a crescer.
Portanto, cada muda de fralda era um sentimento duma batalha já
vencida, entusiasmada, as fraldas eram mudadas, com muito cuidado,
dobradas a meio da barriga, aconchegadas a eles.
- Teste do pezinho e outras maldades.
Eles eram muito pequeninos, tiveram de realizar 2 teste
do pezinho, coisa de prematuros.
Sofri, imenso, chorei, solucei, como disse a enfermeira,
doeu mais a mim do que a eles, pois tanto um como outro, não
deitaram lágrima, não resmungaram, era como se de nada fosse nada.
O sangue foi retirado do punho deles, sim outra coisa de prematuros,
a mão deles, era dobrada para frente, para consegui um boa veia para
as gotas de sangue caírem certeiras no papel, foi a primeira maldade
que assisti, as outras, as vacinas, as colheitas e sangue, os exames,
todas elas doeram-me, sofri, mas deixei as lágrimas de parte, o meu
coração chorava por mim, mas não queria que os meus
filhos vissem a minha tristeza, como podia pedir-lhes para serem
fortes, que tivessem coragem, se eu estava lavada em lágrimas, então sobrepûs a lógica ao coração e fiz-me tão forte quanto os meus
meninos, para nunca os deixar ficar mal.
Continua*
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