Como já referi, adoro ouvir musica, como também ADORO canta-las, com voz de cana rachada, mas com espírito, desde pequenina, que sou assim.
Quando uma musica cativava a minha atenção, ouvia e ouvia, vezes sem conta, até conseguir aprender a letra de cor, para depois não fazer figurinhas triste a canta-la, (ainda hoje, vou ver a letra e tento decora-la :| é verdade).
Os meus pais passaram as passas do algarve comigo, pois eu teimava em querer saber todas, tiveram muita paciência, nunca me lembro deles me mandarem calar, nem no carro nas viagem até Portugal, nem quando era adolescente/adulta, UíUi, era uma verdadeira grafonola!!!
Cresci... e ainda em França, en 3eme (corresponde ao 9ºAno), a escola desenvolveu um projecto, que consistia em conseguirmos um estagio, na aérea que achávamos ser o nosso futuro, durabilidade duma semana.
Tinha e tenho, ainda hoje, uma admiração por uma prima, fui criado com ela, ela é como uma irmã mais velha, naquele ano, ela já se tinha formado e trabalhava em contabilidade.
Ela era um exemplo a seguir e claro também queria ser contabilista, pois claro! Falei-lhe do estagio e consegui ir estagiar 1 semana inteira com ela.
Se soubessem a minha alegria, a felicidade que sentia em poder "trabalhar" com ela.
Essa semana passou a correr, aprendi imenso, trabalhei como uma verdadeira pequena adulta no alto dos meus 15 anos.
E vocês, perguntam-se, mas que raio tem haver com gostar de ouvir/cantar musica, com voz de cana rachada???
Tem tudo,
descobri nessa semana, que essa mesma prima, tinha o mesmo vicio que eu e quando o patrão saía, ela ligava o walkman, fones nos ouvidos e cantava, cantava alto e bom som, é pura verdade.
Lembro-me que o primeiro dia que a vi fazer aquilo pensei, passou-se, só pode!
Mas não, nesse dia estava no escritório da colega dela e quando viu a minha expressão de duvida escarrapachada, disse, com um largo sorriso, que era o normal dela.
Eu fiquei extasiada pelo seu a vontade, feliz, por não ser a única na família a ter uma voz de cana rachada e sobretudo ainda mais entusiasmada por aquela semana de estagio.
Hoje,
não sou contabilista, as adversidades da vida impediram seguir esse sonho, digamos que encalhei na roda da vida.
Tenho um trabalho, que me mata psicologicamente, uma carga de responsabilidade que, acreditem, não queria ter, MAS, no meio disto, também tenho a facilidade de poder por a musica mais alta e também, como a minha querida prima, posso dar asas as minhas cordas vocais.
A pouco,
alem de estar a sentir que estou a chocar uma gripe, pus a musica mais alta, cantei, e fiquei com cara de parva quando de repente, este episódio da minha vida que acabei de vos contar, passou pelos meus olhos em relance.
Pensei, a felicidade estava tão perto, quase palpável.
E a nostalgia aqueceu o meu coração nesta tarde de chuva e frio.
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