Parte 1 Parte 6 Parte 11 Parte 16
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Parte 3 Parte 8 Parte 13 Parte 18
Parte 4 Parte 9 Parte 14
Parte 5 Parte 10 Parte 15
Acordei com os seios rijos e quentes..., não me apercebo que o meu corpo já assimilou que preciso dar de comer aos meus filhos.
Chamo a enfermeira, explico, ela ri-se e diz o óbvio, o leite subiu, explicou-me que tinham uma sala com bomba de extracção e o funcionamento do aparelho, como também tinha de etiquetar o leite extraído para depois ser dado ao Príncipe.
Ainda estava abanada de sono, mas com algum raciocínio, perguntei como fazia para também poder dar leite a minha Pequerrucha que estava em Coimbra, explicou que era possível, bastava comprar saco para conservação do leite materno, etiquetar e o meu marido levar para ela.
A primeira extracção até correu bem, senti um pouco de dor mas nada comparada a dor que sentia na alma, por não estar perto da minha menina, por isso, de forma automática (com ajuda do alarme do telemóvel, obrigada tecnologias!!), de 3 em 3 horas la ia eu para a salinha extrair o néctar dos deuses, uma mama para um, outra para outro.
Nos 4 dias que se seguiram, e quase sempre junto do meu menino, vi ele ser pesado, duma forma inesperada, pendurado num lenço (não devia ser maior que isso), ele adorava estar la dentro, aninhava-se ao lenço e voltava ao seu sono de beleza, assisti ao seu primeiro banho, chamado Banho-a-gato, com compressas embebidas em agua morna, a limpeza da sua "casa", ao mau feitio a cada muda de fralda.
Vi tudo pela primeira vez, como uma aluna atentissíma, para poder fazer tudo de igual forma sem nunca errar.
Ele estava a ir muito bem, um verdadeiro pequeno comilão, se ele continuar tão esperto e começar a ter boa sucção, no seu tempo claro, quando chegar mais ou menos aos 2000kg poderá ter alta e vir para casa. Ficamos tão felizes, tinha-mos de ter paciência, é certo, mas tínhamos a certeza que de saúde ele estava bem e isso era uma felicidade inquantificável.
Nessa entretanto, no Pediátrico, a minha menina era "virada do avesso" para conseguirem perceber o que estava realmente a acontecer com ela, o meu Homem, vinha todos os dia ter com agente ao hospital, para dar um beijo aos dois e levar o meu leite para a nossa filha.
Os médicos achavam que ela tinham uma Sobreposição dos Grandes Vasos, mas ainda não era certo, explicaram-lhe que iriam fazer um exame com contraste, que consiste, em injectar na corrente sanguínea um liquido, que irá fazer o percurso todo até ao coração deixando rasto para eles seguirem e entenderem o que se passava com ela.
O meu Homem anda desgastado, ele não podia agarrar nela, primeiro tinham de saber qual o seu problema em concreto, uma coisa de cada vez, diziam eles.
Mostrou-me com fotos onde se encontrava a nossa menina, tinha uma sala só para ela, explicou que ela tinha uma batelada de fios ligados a ela, cada um parecia ligado ao um monitor que media qualquer coisa.
Mal se via, na sua cama, com fralda e compressas para segurar os benditos fios.
Essa mesma sala, tinha um vidro do tamanho da parede, para todos enfermeiros poderem ter visão perfeita dos valores apresentados nos monitores e para não haver possibilidade de lapso dos acontecimentos, estava também ligada a um computador em rede por toda a ala, isto é, em qualquer sitio, da ala do UCI, os enfermeiros/médicos, tinham acesso aos seus principais valores.
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Eu não o podia apoiar a 100%, como ele a mim, ser-mos pais, que devia ser um sentimento de felicidade único, estava a ter o enfeito contrario, tanto eu como ele, estava-mos perdidos, sem saber o que iríamos encontrar a saída desta caminhada.
Chega o dia da minha alta, dia em que também sai o resultado do exame feito a Princesa, o meu coração estava tão pequenino, a partir daquele dia, teria de dividir-me entre o hospital de Leiria e o Pediátrico de Coimbra, para conseguir segurar a mão de cada um dos meus filhos, esperando não falhar com nenhum dos dois.
Agradeci a todas as enfermeiras da ala de maternidade, ela foram incansáveis, amáveis e sobretudo pacientes.
Deram-me apoio quando não estava ninguém para o fazer, fizeram-me rir mesmo quando só as lágrimas iluminava o meu rosto.
A vós (enfermeiras da ala de maternidade de Leiria), o meu muito obrigada, foram a estrutura que não me deixou cair quando achava que tudo tinha desabado.
OBRIGADO DO FUNDO DO NOSSO CORAÇÃO
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