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Sábado 10 de agosto 2013 (continuação)
O meu homem leva-me de volta ao meu quarto, antes de ir murmurei um até já ao meu pequeno Príncipe, não podia ficar ao pé dele com esta aflição no coração.
Eu sabia que ele também estava a sofrer,
ele sabia que a mana já não estava ao seu lado,
quando estavam a pôr a Princesa na "caixa", de relance, vi-o a virar-se, sim virou-se de barriga para baixo, ele estava inquieto, uma enfermeira foi ter com ele e mimou-o, fez o que naquele momento não conseguia fazer, pois eu só iria transmitir tristeza ao meu Pequerrucho e isso, estava fora de questão.
Tinham feito 24h de vida e tudo aquilo que desejava era poder dar o nosso Amor.
Portanto decidi voltar para o quarto, para acalmar, depois, sim poder estar com o meu menino, já que nos foi dito que nós (eu e o meu Príncipe), não iríamos ser transferidos, pois, como eles disseram, não havia necessidade para tal, (não havia necessidade para tal?? Desculpe??? Vou ficar aqui pelo menos 4 dias sem poder pôr os olhos em cima da minha FILHA!!!! Mas será que esta gente não tem coração??!!).
Ao chegar ao quarto, vejo que tenho visitas, a minha tia e o meu tio..., a minha P'tite tata, como sempre a chamei desde criança, por ser "pequenina" em tamanho, mas com um coração 10 vezes maior do que ela, (pois, ainda ninguém sabe, todos pensam que está tudo bem..., mas não está...).
Eu não queria ninguém, só queria estar sozinha e pensar no que pude eu fazer de mal, para a minha Pingente estar doente, mas se há pessoa que me pudesse dar colo naquele momento, era ela.
Quando chego, ela não me vê e dou conto que ela tem um sorriso de orelha a orelha, eu sei que estava feliz por nós, mas quando os seus olhos cruzam com os meus, a sua expressão mudou logo para um estado de ansiedade e preocupação.
- Boa tarde (dizem eles)
Eu mal consegui articular uma palavra, o meu Homem, tinha de ir embora, disse-lhe para não ir sozinho, ele assegurou-me que ia pedir a um dos irmão para ir com ele e que logo que tivesse noticias da nossa menina que me ligava a hora que fosse.
Pedi-lhe, para quando tivesse com a nossa Princesa, dizer que eu a amo muito. Despedimos-nos e la foi ele, a correr, para poder estar, pelo menos um de nós, com ela.
Antes dos meus tios poderem entrar, uma enfermeira veio ter comigo, mediu-me a tenção e perguntou se queria receber as visitas, era do meu direito não querer, não estar disposta para conversas, mas..., eu... estava mais que disposta, eu queria colo e sabia que iria tê-lo. Amavelmente, deixou as visitas entrar e num tom de aviso, mas condescendente, disse para eu descansar, ainda a pouco mais de 24h tinha sofrido uma cesariana, é uma cirurgia e já tinha abusado por hoje.
A minha p'tite tata, aproxima-se, senta-se ao meu lado e eu choro. Por entre lágrimas, explico o pouco que sei, que tive 2 filhos, que estava tudo "normal" e que de repente, fico aqui só com um e o meu marido vai ter com o outro.
Por sua vez, ela tenta animar-me, que tudo está bem, não deve ser nada de grave, que Deus escreve certo por linhas tortas, (Deus??? a serio??? Ele, que sabe o que sofro, os problemas que tenho do dia a dia, Ele? Ele, em nada está ajudar! Será que existe mesmo?! Se houvesse um Deus, isto não aconteceria!!).
O meu tio, nada disse, ele sempre foi reservado, mas andava de trás para frente e de frente para trás, ele estava preocupado, em silencio, não quis dizer nada, eu vi e percebi isso nele.
Trouxeram prendinhas, sempre consegui dar um ar de riso, aos pouco o meu coração desacelerava, as lágrimas começaram a secar, liguei o piloto automático, mais uma vez sobrepus a razão ao coração.
Eles foram embora, com a promessa que voltariam e para não me preocupar, tudo estaria bem em pouco tempo e eu queria acreditar nisso.
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