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sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Desajustada...

Há dias em que sinto que não pertenço onde estou, que nada faz sentido, que preciso romper as algemas que me prendem a esta vida sem sal!

Acho que se olhar para trás, nunca soube onde pertencia, onde saberia ser certo ter uma vida cheia de oportunidades, de alegrias, claro também teria tristeza, elas fazem parte da nossa aprendizagem, fazem parte dos levantares, para repartir para as conquistas.

Em adolescente, pensava que o país onde vivia tinha roubado o amor que os pais deveriam dar aos seus filhos, porque eram tempos difíceis para se viver em Portugal, mas um dia voltaremos para lá e seremos felizes contavam-me eles, sempre vivi em função dos seus contos...

Finalmente voltamos a terra natal, deixei a minha infância e parte da minha adolescência para trás, deixei correr como o rio corre para o mar, onde pensava encontrar a imensidão do prometido, duma vida com liberdade e repleta de oportunidades.

Mas senti-me desajustada, o viver da nossa juventude, era totalmente diferente dos ensinamentos da terra que não era minha, que me tinha sido emprestada por 15 longos anos e que senti ser muito mais minha do que a terra natal.
Ajustei-me, não podia desiludir os contos, tinha de ajustar-me, então vivi mais do que pensei que fosse possível, fiz o que todos faziam, o rio deixou de correr para o mar, seguia por atalhos, atalhos alheios.

Os amigos, que não o eram, encontraram em silencio o caminho de volta ao mar, aos poucos o meu rio foi secando, desorientado, ávido por retroceder caminho, mas o rio, caminha sempre em frente, sem excepção.

Caminhei, encontrei o que podia fazer-me feliz, a sede por Amor era tão intensa, tão desajustada, que por la fiquei, e juntos o rio ficou mais forte, juntos iríamos reencontrar o mar!

A vida é matreira, as alegrias vieram, bem como grandes tristezas, o levantar ainda se faz a cada dia que passa, mas o rio continua a querer retroceder caminho, anda inquieto, turvo!

Se nele não houvesse duas belas afluentes, ele revertia, o meu rio faria todo o seu caminho de volta, para encontrar o seu verdadeiro ponto de partida, um dia...., irei voltar a encontrar o mar.

Ou eu não viveria numa das cidades onde o rio corre ao contrario...

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