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terça-feira, 30 de junho de 2015

As novidades não são certas, o futuro continua incerto!


Fomos a consulta de rotina de cardiologia com a Pimpolha, já nos tinham dito que possivelmente teria de ser, ainda este ano, sujeita a nova cirurgia, tudo indicava que o Shunt estava a ficar pequeno, nada que não soubéssemos, já era certo e sabido, pois em termos práticos, ela cresce e o Shunt não.

Até então, em cada ecocardiograma, as noticias tinham sido sempre óptimas, tudo estaria a crescer, tudo parecia estar favorável para uma possível cirurgia reconstrutiva definitiva, uma noticia deste tamanho, é como poder ganhar o euromilhões, é saber que afinal a nossa menina teria uma oportunidade de viver, uma oportunidade de podermos vê-la crescer!
Sabíamos que antes disso teria de passar por uma nova cirurgia paliativa, outro Shunt, segundo os médicos, uma oportunidade de dar mais tempo a nossa Pequerrucha para ganhar forças, suporte físico para aguentar uma operação complicada, porque “reparar” o seu coração cheio de “encruzilhadas” não é pêra doce, mas poderia ser feito e mesmo sabendo todas as complicações que uma operação implica, havia uma luz ao fundo do poço.

Mas, e infelizmente tenho aprendido, que há sempre um MAS, nas nossas vidas, na ultima consulta, a médica esteve reticente, não via aquilo que pretendia, havia algo que não estava a bater certo.
Disse ela, que sim, ela tinha de fazer a outra cirurgia paliativa, este ano, o mais rápido possível, a saturação está baixa, mais ainda aceitável, o Shunt, efetivamente está tortuoso e pequeno, mas não podemos pensar em nada definitivo até fazer novos exames.
Eu, convicta que estava tudo bem, retorqui que sabíamos que ainda não podia ser feito agora, por ser muito pequenina, conversa de mãe esperançosa, a médica explica, que não é só isso, e mostra-nos que há um pequeno problema na eco, não conseguia visualizar correctamente o ramo esquerdo.
Há varias possibilidades para este facto, ele pode estar num sitio de difícil acesso visual com a eco ou estar num sitio diferente, pois o coração dela é mal formado, são possibilidades reais, ou então..., pode ter parado de crescer, de desenvolver, como deveria.

Estas ultimas palavras, senti-as como agulhas, tentei não perder o animo fiz perguntas, as respostas não eram bem vindas, as soluções eram quase nulas para esta última informação, não quis fraquejar ali, mas fiquei sem alegria na voz.
Para poder saber o que realmente irá acontecer, seja para esta operação, seja para o seu futuro, a minha Pequenina irá realizar um cateterismo, para exploração das suas artérias e coração, ver qual o tamanho possível para um novo Shunt, ver o que é feito do seu ramo esquerdo.

O exame já está marcado, a ansiedade está presente a toda a hora, a todo instante, tento não pensar, volto a sobrepor o raciocínio ao meu coração, para tentar não sentir, para tentar continuar a dar o que posso aos meus meninos.
Não quero pensar na fatalidade, mas ela paira na minha cabeça.


Eu sou mãe de gémeos e quero sê-lo até morrer!

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