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terça-feira, 21 de outubro de 2014

De volta ao passado#15 - Sou Mãe - parte 3

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Sábado 10 de agosto 2013

Depois dum sono mais agitado, do que outra coisa, a enfermeira indica-me todos os procedimentos que tinha de fazer antes de ir ver os meus filhos (ARRE que já estou a ficar sem paciência!!! Será que ninguém percebe que EU AINDA NÃO VI OS MEUS FILHOS!!!)
OK, então la fiz tudo o que era suposto, fiz o meu bendito levanto e correu tudo bem, nesse entretanto, chega o meu Homem e juntos, (eu, de cadeira de rodas, sim porque andar depois duma cesariana, não é pêra doce!!), vou finalmente conhecer os amores da minha vida, conhecer os meus bebés, aqueles que pontapeavam a minha barriga, que se aconchegavam em cima da minha bexiga, a quem eu falava que nem uma tonta, finalmente iria ver com quem eles se pereciam, estava eufórica.

Chegamos ao andar de baixo, ruma a UCEP (Unidade de Cuidados Especiais Neonatais e Pediátricos), o meu Homem, explicou-me antes de entrar, todos os procedimentos, que eu teria direito a um cartão magnético para poder entrar na unidade pediátrica e que teria de desinfectar as mãos e vestir uma bata também.
Assim fizemos e juntos ele me apresentou os nossos filhos... foi uma sensação inexplicável.
O meu coração parecia ter abrandado, ao ver dum lado o meu menino dentro duma caixa de plástico, tinha uns sensores ligados a ele, estava a dormir, o mais LINDO bebé de todos tempos e era meu FILHO, do outro lado numa cama aberta, estava a minha menina, eu mal a conseguia destingir no meio de tantos fios e compressas, ela chorava a pleno pulmões, os enfermeiros de volta dela, mas no meio daqueles emaranhado de mãos/fios/compressas vi que era também a mais LINDA bebé que jamais havia visto.
O meu homem, viu a minha expressão e explicou-me aquilo que lhe haviam dito, que tudo isto era normal, ela nascera muito pequenina e precisava daquilo tudo, o meu coração voltou a bater normalmente, as lágrimas  de felicidade surgiram nos meus olhos, mesmo não podendo agarrar no meu colo, eles estavam ali e estavam bem, pelo menos foi aquilo que nos tinham dito.

O enfermeiro veio ter com agente, disse que o rapaz é mais sossegado e que a menina havia de ter um vozeirão, pois quando chora, chora com alma, de maneira a que todos no andar soubessem que ela ali estava, não pude deixar de soltar uma gargalhada no meios das minhas lágrimas.
Perguntei se estava mesmo tudo bem, porque o monitor da princesa não parava de tocar e cada vez que isso acontecia, todos os enfermeiros iam ter com ela e quando digo todos não estou a exagerar, disse que sim, que era tudo perfeitamente normal.
Nesse entretanto chega a pediatra de serviço, que também foi a mesma pediatra que os recebeu ontem e por incrível que parece era a mesma pediatra, a quem pedi ajuda sobre os meus receios, antes de eles nascerem, como conto aqui.
Veio ter connosco, explicou também que estava tudo bem, voltei a frisar o maldito alarme da minha filha, (sim, já estava a ficar nervosa com o aparato que acontecia todos 5 mn, quando aquilo voltava a apitar e a mostrar valores no ecrã a vermelho!!), ela simplesmente disse que era normal, para não nos preocupar, estavam a fazer o que era preciso para estes casos, pois eram prematuros era NORMAL precisarem de mais cuidados, ( ainda agora cheguei aqui e já ouvi que tudo era NORMAL, vezes sem conta, devo ser eu que ainda estou stressada e irritadiça, só pode).

Ficamos, a olhar para eles, o meu Homem explicou que podia-mos tocar-lhe, só tinha-mos de desinfectar bem as mãos e passa-las pelos orifícios da caixinha do Príncipe e podia-mos, por ora, fazer-lhe festinhas e miminhos e a Princesa era da mesma forma mas sem caixinha por cima dela.
Empolgada, assim fiz, lavei bem as mãos e passeias pelo álcool, eles são uma ternura, lindos, muito pequeninos, os pés as mãos, era tudo tão miniatura, a pele parecia tão frágeis, achei-os compridos e magrinhos, sim, os ossinhos notavam-se tão bem, não tinham chicha no rabo, não tinham sobrancelhas nem pestanas, as unhas é uma pele fina e estão compridas (como é que isso é possível), tanto ele como ela tinham um cabelo preto, igual ao pai, ele tem exactamente o mesmo formato das unhas das mão do pai, ela tem a suas feições, isto é, eu olhava para eles e só via o pai.
Tinha medo de os magoar só de os mimar, falei para eles, e até me agarraram os dedo, é tão bom, tão real, tão magico, um momento só nosso...
A enfermeira avisa que tenho de voltar para cima, telefonar da ala da maternidade e tenho de almoçar e tomar a medicação, logo depois posso voltar, quando eu quiser as horas que eu quisesse.

De contra-vontade la voltamos para o andar e cima, o meu Amor também ia almoçar, logo que estivesse-mos despachados, combinamos ir ter com as nossas Crias para poder baba-las o resto do dia :)
















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