Na passada quinta-feira dia 3 de Abril, a minha querida avó materna completou 92 ANOS, é verdade, uma idade e tanto.
Ela continua a querer ter a mesma genica que tinha a relativamente 4 anos atrás, mas já não consegue, a idade está a pesar nos seus pobres ombros e na minha opinião, a ida para o lar não foi a melhor coisa que aconteceu para a sua independência.
La fomos todos cantar os parabéns, ela ficou radiante, esteve o tempo todo a rir-se das pequenas brincadeiras dos meus filhotes, uma simples turra, ou as palminhas que o Pimpolho já consegue fazer, pediu para os agarrar e assim aconteceu.
A idade não perdoa, passa depressa de mais e nesse dia realizei o que em poucos anos deixou de ter, no momento em que perdeu o meu avô, também perdeu a sua liberdade, há 4 anos atrás ainda tratava das coisitas da casa, não precisava nem queria ajuda de ninguém, era lúcida, falava com clareza e não deixava de dizer aquilo que lhe ia na cabeça. A refeição bebia sempre o seu copito de vinho caseiro, e dizia vezes sem conta, que o dia em deixaria de ter a sua bebida dos deuses, deixaria de ser quem é.
Não sei se foi por causa disso, ou simplesmente a idade, mas já muita coisa se perdeu, por vezes esquece quem está com ela ou troca quem está, aquela vivacidade tão característica dela, também já não faz parte dela, queria tanto que ela continua-se a ser quem foi, senti uma sensação estranha, pois vi o que um velho ditado diz " A idade tudo trás".
O importante é tentar que ela se sinta bem e tentamos fazer com que o dia dela fosse ainda mais feliz que os outros e isso acho que conseguimos.
E eu estou feliz porque tenho uma foto de cada um dos meus Amores, ao colo da Bisa, que tem um sorriso de orelha a orelha.
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